O primeiro passo para uma mudança no padrão estético esquálido das modelos francesas foi dado na última sexta-feira (3). A Assembleia Nacional da França aprovou as duas emendas à Lei da Saúde francesa que estipulam um limite mínimo de IMC (Índice de Massa Corpórea) para a contratação de modelos no país e proíbe anúncios publicitários com mulheres de aparência excessivamente magra.
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O texto do deputado socialista Olivier Véran será votado por completo na Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (14) e, depois, seguirá para o Senado. Ele havia sido indeferido no mês passado pela própria assembleia sob alegação de estimular o preconceito contra mulheres magras demais.
A primeira emenda define que, se for constatado a magreza extrema de uma modelo – levando em conta a média padrão das tops, de 1,75 m, ela não poderia ter menos de 55 kg –, a agência pode pagar 75 mil euros de multa.
Os envolvidos na contratação podem ser detidos por até seis meses.
Já o segundo ajuste à Lei da Saúde diz respeito ao crime de estimulo à anorexia e pretende fechar o cerco contra sites e blogs que preguem uma aparência esquálida para os padrões da saúde.
Segundo Olivier Véran, de 30 a 40 mil pessoas padecem de anorexia na França. A imagem da mulher vendida pela moda seria, para ele, uma das maiores responsáveis por esse cenário.
Receosos quanto a uma possível invasão de modelos de outros países, que supririam a falta de modelos magras demais, o Sindicato Nacional de Agências de Modelos da França posicionou-se a favor de uma discussão em âmbito continental.
Em comunicado, o sindicato afirma que “as agências francesas estão em concorrência permanente com suas colegas europeias, portanto é indispensável um enfoque europeu”.
*com agências de notícias