Londres e Florença dão largada em temporada de moda masculina

Por Pedro Diniz

Enviado especial a Florença

Maior filão da indústria do vestuário pós-crise econômica, a moda masculina ganha atenção especial de compradores, mídia e fashionistas a partir deste mês com dois eventos que ocorrem na Europa.

Enquanto Londres acaba de dar a largada na temporada de desfiles para o verão 2016, a cidade de Florença, na Iltalia, recebe a 88. edição da Pitti Uomo, maior feira varejista de artigos masculinos do mundo.

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Em ambas as cidades é possível constatar a força do mercado masculino a partir a adesão de marcas essencialmente femininas ao calendário.

A Moschino, por exemplo, faz nesta quinta-feira (18), em Florença, o primeiro desfile masculino do estilista Jeremy Scott na Itália. O americano é responsável por posicionar a marca no panteão de grifes da semana de moda feminina de Milão e vinha desfilando as coleções da grife em Londres.

A escolha pela cidade italiana não é aleatória, já que em época de Pitti Uomo a “capital da moda italiana”, berço de grifes como Gucci, Salvatore Ferragamo e Emilio Pucci, tem uma intensa programação de desfiles, performances e exposições.

Acessórios como óculos escuros, sapatos e chapéus são alguns dos itens mais procurados pelos compradores, vindos de todas as partes do mundo, que transitam pela feira.

As peças expostas, em sua maioria, encaixam-se no padrão sem gênero, que ganhou força na última temporada de desfiles femininos, em setembro e outubro de 2014.em setembro e outubro de 2014.

Sejam dourados, coloridos, com aplicações de pedras ou em formatos assimétricos, os óculos escuros parecem ser a o acessório da vez na próxima estação.

O sol escaldante, com termômetros marcando mais de 35 graus, fez dos chapéus itens obrigatórios em Florença. Nos estendes das 1.400 marcas que expõem na Pitti Uomo, os homens exibem fedoras e panamás feitos de todo tipo de material, da palha ao feltro, do jeans ao couro.

O look segue a proposta das últimas temporadas de desfiles: costumes coloridos e estampas gráficas aplicadas nas gravatas e nos paletós feitos de linho e de outros tecidos naturais, que esfriam o corpo.

Novidade

Essa moda é a mesma que exibe Londres, onde as grifes americanas Coach e Tommy Hilfiger mostraram pela primeira vez num evento suas propostas para homens, em desfiles disputados por imprensa e convidados da London Collection Men.

Enquanto Hilfiger apresentou uma cartela de cores vivas, a Coach seguiu o caminho da alfaiataria relaxada, com uma bem pensada releitura dos anos 1960.

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Grande instituição da moda inglesa, a Burberry mostrou na cidade uma espécie de continuação da imagem sem gênero que Christopher Bailey, CEO e estilista da marca, lançou há alguns anos.

Costumes próximos ao corpo, camisas largas misturadas a bermudas de alfaiataria e os tradicionais trench coats da marca revisados em diversas cores, produziram a imagem dúbia e desprendida de convenções sexistas que agradam aos jovens consumidores da Burberry.