Embora as projeções para a economia deste ano não sejam nada animadoras e o setor de vestuário amargue uma expressiva retração — só em São Paulo, a indústria diminui a produção de roupas em 40% — uma marca brasileira que foi ícone dos anos 1970 resolveu voltar ao mercado levando às araras um produto de eficácia controversa, mas que desperta interesse pela utilidade.
A paulista Staroup Jeans, que nos anos 1980 era uma das maiores produtoras de jeans do país, lançou uma calça que vestiria uma pessoa do tamanho 36 ao 44. O jeans, desenvolvido pela tecelagem Canatiba, é similar ao usado por marcas de Portugal e, segundo a Staroup, não tem sua modelagem deformada nem com o uso contínuo nem com a lavagem.
Chamada de “one size fits most” (um tamanho veste mais), a calça jeans é a grande aposta da etiqueta para recuperar o prestígio perdido após cair no esquecimento em meados dos anos 1990.
Na época, a empresa Botucatú Têxtil, dona da marca, pediu a concordata da Staroup e, por dificuldades financeiras, decretou falência em 2008. Cinco anos depois, a Racheltex, confecção de Capivari (Grande SP) que detém dez marcas populares, comprou a massa falida da empresa e contratou a estilista Natália Nicoletti para criar as coleções.
As roupas, como era de se esperar, são uma recordação do que a Staroup foi um dia e têm elementos próprios da moda da década de 1970.
Inicialmente, essas roupas só serão vendidas em multimarcas e redes varejistas espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A ideia é produzir e vender 150 mil calças neste ano e, no próximo, aumentar para 200 mil o número de peças comercializadas. A empresa planeja, nos próximos anos, abrir uma loja Staroup em São Paulo.
MEMÓRIA