SPFW volta ao Ibirapuera, implementa marcas e terá corrida fashionista

Por Pedro Diniz

A São Paulo Fashion Week comemorará 20 anos numa corrida contra o tempo. Correrá para garantir que mesmo a crise nas vendas do varejo não abalem a aderência das grifes à semana de moda (desfile custa caro), correrá para manter a relevância do formato (o Instagram é, hoje, a maior plataforma de lançamentos de roupas) e correrá, também, para entrar em forma.

É simbólico que o evento de desfiles mais importante da América Latina abra sua 40ª edição com uma corrida no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Foi no prédio da bienal, no mesmo parque, onde a SPFW viveu seus melhores momentos e é pra lá que voltará nesta edição de inverno 2016.

A corrida, intitulada Fashion Run, é realizada pelo shopping Iguatemi e chega à sua sétima edição com o apoio do evento. Cinco quilômetros separam a largada, marcada para as 7h do dia 18 de outubro –quando começa a semana de moda–, da chegada.

A 7ª edição do Fashion Run, que acontece em 18 de outubro, marcará a abertura da 40ª SPFW. Crédito: Divulgação
A sétima edição do Fashion Run, que acontece em 18 de outubro, marcará a abertura da 40ª SPFW. Crédito: Divulgação

Para participar, os corredores têm de se inscrever no site do Fashion Run e pagar uma taxa de R$ 150. Sim, têm de desembolsar R$ 30 por quilômetro percorrido. Um café da manhã será oferecido no final.

É nesse mesmo domingo que Alexandre Herchcovitch, considerado o maior estilista do país, fará o primeiro desfile desta temporada. O horário e o local da apresentação ainda não foram definidos.

Duas novidades também prometem oxigenar a programação, que vai até a sexta-feira (23). A grife mineira Coven e a paulistana Ranier estreiam no calendário. A primeira é especializada em tricô, técnica de manufatura que coincide com a proposta da SPFW de, nesta edição, estimular e reconhecer o trabalho manual.

Desfile de inverno 2014 da grife mineira Coven, realizado no Fashion Rio. Crédito: Antonio Lacerda/Efe
Desfile de inverno 2012 da grife mineira Coven, realizado no Fashion Rio. Crédito: Antonio Lacerda/Efe

Por outro lado, a entrada da Ratier, marca do DJ e dono do clube paulistano D-Edge, Renato Ranier, pode ser encarada como a modernidade almejada pelo evento. A imagem proposta pelos recortes assimétricos e o viés minimalista das roupas tem aspecto inovador, ainda que seja um tanto apoiada numa reedição do desconstrutivismo japonês e belga.

O empresário Renato Ratier estreia na SPFW com marca que leva seu sobrenome. Na foto, ele posa em seu apartamento, em SP. Crédito: Isadora Brant/Folhapress
O empresário Renato Ratier estreia na SPFW com marca que leva seu sobrenome. Na foto, ele posa em seu apartamento, em SP. Crédito: Isadora Brant/Folhapress

Muito se espera dessa temporada, a última da comemoração dos 20 anos da SPFW  iniciada em novembro do ano passado.  O evento terá o desafio de provar que amadureceu, ganhou força e fôlego de maratonista para correr na direção certa nas próximas duas décadas.