Três apostas de Paris, do luxo ao ‘fast-fashion’

Por Pedro Diniz

As lojas e as grifes, como é de praxe durante a temporada de moda em Paris, reservam um espaço privilegiado para suas apostas. Do alto luxo à roupa barata, as pessoas de passagem pela cidade procuram as novidades que já se firmaram nas araras e as recém-saídas dos croquis.

Numa volta pela cidade, encontramos três “itens desejo”, para citar o jargão da moda, que fazem brilhar os olhos dos garimpeiros de estilo.

 

Coleção “Blossom”, da Louis Vuitton

Coleção "Blossom", da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress
Joias da coleção “Blossom”, da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

O monograma da Louis Vuitton talvez seja a marca mais conhecida tanto por quem gosta quanto por quem não se interessa por itens de luxo. O LV cruzado e as pequenas flores estampadas nas bolsas da grife são as primeiras imagens que surgem na cabeça dos chamados “entrantes” do luxo, termo usado no mercado para definir quem está começando a consumir produtos de grife.

Certa da fama do monograma criado em 1896 por Georges Vuitton, a marca lançou, numa apresentação na Place Vendôme, a nova linha da coleção “Blossom”.

São colares, relógios e pulseiras de ouro cravejados de pedras preciosas que levam os detalhes de sua estampa mais famosa.

O “pequeno poder” custa caro. Um colar todo preenchido com pingentes em formato de flores pode custar US$ 25.000 (ou R$ 100.000). Há peças mais baratas, mas não espere gastar menos de quatro dígitos. E em euro.

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Perfumes Le Labo, na Colette

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Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

Em época de temporada de moda, a loja mais lotada de Paris é a Colette. No coração da rua Saint Honoré, o endereço é parada de hipsters, fashionistas, ricos do 16º arrondissement (bairro de endinheirados parisienses) e gente que gosta de trecos com assinatura.

Entre peças de decoração estampadas com pinturas de Jean-Michel Basquiat (1960-1988), coleções-cápsula de estilistas desconhecidos e as últimas criações de marcas como Valentino, Dior e Thom Browne, uma mesa de perfumes se destaca.

Os frascos da Le Labo, marca nova-iorquina de fragrâncias puras, custam 205 euros cada, quase R$ 1.000 se contabilizado o IOF do cartão de crédito, mas são joias concorridas.

O interessante desses perfumes é que são feitos de essência bruta, não há a mistura de notas característica dos perfumes de grife. São dezenas de opções, como sândalo, vetiver, bergamota e anis, sempre misturadas apenas com álcool.

Se o bolso não permitir o luxo, pelo menos dá para sentir cada nota perfumada nos testadores. Assim, você saberá qual cheiro agrada mais o olfato e, quando passar pelo “free shop” do aeroporto, pode procurar opções mais em conta que tenham a essência na composição.

Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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Roupa “longline”, na H&M

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Look ‘longline’ masculino à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

A moda pegou entre os homens. O que muita gente achava ser tendência passageira e coisa de fashionista tomou as ruas, pelo menos as da Europa. A camisa longa, a chamada “longline”, chegou ao “fast-fashion” com tanta força que a rede sueca H&M dedica quase metade das araras masculinas a essas roupas enormes.

Moletons, camisas e blusas longas são vendidos a menos de 10 euros (em média, R$ 50), em todas os pontos da rede de moda popular. A marca de fast fashion é a preferida entre os jovens europeus e americanos, e todo turista entra num dos endereços espalhados pela cidade em busca das promoções.

Há quem diga que foi o cantor Justin Bieber o responsável por massificar esses vestidões de malha, geralmente combinados com calça colada e jaqueta curta sobreposta.

Mas é bom ficar atento às proporções do corpo. A peça encurta a silhueta, cortando-a no meio das coxas, e pode fazer os baixinhos ficarem ainda mais baixos. Se for o caso, prefira os modelos não tão longos quanto esses das fotos e tente combinar a cor da calça com a da blusa. O look monocromático ajuda a alongar a silhueta.

Peças 'longline' masculinas à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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