O desfile de Cruise 2016-2017 da grife francesa Chanel, realizado nesta terça-feira (3), em Havana, capital de Cuba, diluiu em vestidos esvoaçantes, bolsas e terninhos a cultura caribenha arraigada no imaginário europeu.
Flores bordadas nos “tailleurs” da marca, chapéus do tipo Panamá e figuras dos carros coloridos do país impressas nos tecidos traduziram a análise feita pelo estilista alemão Karl Lagerfeld.
Esses mesmos carros, chamados de “rabo-de-peixe”, levaram os quase 600 convidados da marca –a maior parte estava hospedada no Hotel Nacional, de propriedade do governo cubano– até o Paseo del Prado, onde ocorreu o desfile.
Sentados nos bancos de cimento da avenida, editores de moda e celebridades como a modelo Gisele Bündchen e a atriz Tilda Swinton viram uma apresentação inspirada na paisagem arquitetônica decadente do país.
A “guayabera”, camisa típica de Cuba com duas listras verticais bordadas no torso, serviu de base para parte dos casaquetos e blusas da coleção.
Uma caixa de charutos, um dos produtos mais desejados por estrangeiros de passagem por Cuba, foi transformada em bolsa com foto da estilista Coco Chanel (1883-1971).
A boina, acessório imortalizado pelo líder cubano Che Guevara (1928-1967), ganhou aplicações de brilho e uma pérola no lugar da estrela bordada.
O nome da fundadora da marca também apareceu em camisetas com o escrito “Viva Coco Libre”, alusão à frase “Viva Cuba Libre”, que simboliza a resistência cubana após a revolução de 1956.
Algumas peças são feitas em tons pastel, algo desbotado como as construções do país socialista e pop como tudo o que Lagerfeld cria em suas coleções.
No final da apresentação, músicos cubanos embalaram a trilha do desfile e passearam acompanhados dos modelos. Entre eles estava o neto de Fidel Castro, Tony Castro, 19, que usou um look preto e branco arremato com um chapéu Panamá.
Veja imagens do catálogo da coleção Cruise 2016-2017 da Chanel: