Muito antes de assumir na letra de sua nova música “Formation” que se sente “ousada” quando balança seu vestido Givenchy, Beyoncé teve de se virar com a mãe para produzir o figurino do trio Destiny’s Child.
Ao receber, na segunda-feira (6), em Nova York, o prêmio de “ícone da moda” na cerimônia anual do Conselho de Estilistas da América (CFDA), a cantora afirmou que sofreu preconceito de marcas no início da carreira.
Em seu discurso, sem citar nomes, Beyoncé disse que “as grandes grifes não queriam vestir quatro garotas negras, com curvas e do interior”, e que não podiam “pagar vestidos grifados ou alta-costura”. “Minha mãe foi rejeitada em todos os ‘showrooms’ de Nova York”, disse a diva pop e, hoje, estandarte do feminismo norte-americano.
Toda a elite da moda mundial ouviu a popstar, uma das mais disputadas por marcas de luxo, dizer, em linhas gerais, que viveu muito bem sem uma etiqueta chique, já que foi a mãe quem fez seus vestidos de casamento, formatura, o primeiro ‘look’ para o ‘CFDA’ e o primeiro para o Grammy”.
“Então, para minha mãe, meu tio, minha avó, obrigada a todos. Obrigada por me mostrarem que ter uma presença vai muito além das roupas que você usa e a sua beleza física. Obrigada por me ensinarem a nunca aceitar um não como resposta. Obrigada por me mostrarem como arriscar, trabalhar duro e viver a vida do meu jeito”, disse Beyoncé.
Vestida com um conjunto de blazer, blusa e calça da Givenchy e quase escondida sob um chapelão – o mesmo usado no clipe de “Formation” e na abertura da turnê homônima que iniciou em abril deste ano –, a cantora amaciou o discurso ao fazer uma declaração de amor aos estilistas.
“Quero agradecer a cada estilista que trabalha incansavelmente para fazer com que pessoas sintam que elas podem escrever suas próprias histórias. Vocês são minhas fadas madrinhas, mágicos, escultores e, algumas vezes, terapeutas. Encorajo vocês a não esquecerem essa força. Nós temos a oportunidade de contribuir para uma sociedade onde qualquer garota possa olhar para uma revista e ver o seu reflexo. A alma não tem cor ou forma. Assim como todo o seu trabalho, isso vai muito além do que os olhos podem ver”, disse.
E acrescentou: “Vocês têm o poder de mudar percepções, inspirar e empoderar, mostrar às pessoas como abraçar as suas falhas e ver a verdadeira beleza que há dentro de cada um de nós”.
Na mesma noite, o estilista italiano Alessandro Michele, diretor criativo da Gucci e que criou parte dos looks do clipe de “Formation”, ganhou o prêmio de “estilista internacional”.