Peça ÚnicaPeça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Até o próximo texto! http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/11/04/ate-o-proximo-texto/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/11/04/ate-o-proximo-texto/#respond Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2278 Pessoal, a partir desta sexta-feira (5) o blog “Peça Única” deixará de ser atualizado. A ideia de vincular o noticiário de moda a matérias de comportamento, que incluam tendências de consumo e cultura pop, segue como pilar da cobertura da Folha na área.

Semanalmente, às sextas, dividirei com vocês algumas experiências e impressões sobre a indústria da moda no espaço do site destinado aos colunistas –fica logo aí, no topo da tela, na aba “opinião”. Nesta reestreia, analiso a última São Paulo Fashion Week, que aconteceu no mês passado, com um olhar mais atento à crise financeira e seus efeitos na criação de roupas.

Sou extremamente grato pelos comentários, pela audiência e, principalmente, pelo interesse em ler um assunto tão amplo e cheio de nuances como é o das aparências. Não deixem de sugerir, comentar e criticar os textos, porque eles são feitos para vocês. Um grande beijo. Pedro

]]>
0
Hotel ‘reservado’ em que Kardashian foi roubada é de fácil acesso http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/10/03/hotel-reservado-em-que-kardashian-foi-roubada-e-de-facil-acesso/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/10/03/hotel-reservado-em-que-kardashian-foi-roubada-e-de-facil-acesso/#respond Mon, 03 Oct 2016 18:03:04 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/noadress-180x135.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2268 Conhecido pelo apelido No Address (sem endereço), o hotel Le Pourtalès é para poucos. Foi em um dos nove apartamentos, de até 350 m² e repouso de celebridades como Madonna e Leonardo DiCaprio, que a socialite americana Kim Kardashian foi rendida e assaltada por homens mascarados na madrugada da segunda-feira (3), em Paris.

Não há placas indicativas na fachada do prédio do século 19, localizado no meio do 8º “arrondissement”, região nobre que concentra hotéis e lojas de luxo.

Apenas um segurança guarda o portão de acesso por onde Kim entrava e saia dentro de um carro preto. Segundo a polícia parisiense, na madrugada do assalto o vigia foi rendido por cinco homens.

Segundo relatos de pessoas próximas ao casal, os assaltantes entraram no quarto dela, que estava na cama, a algemaram com a mão nas costas e a fizeram refém dentro do banheiro. Levaram uma caixa de joias e um anel avaliados em quase R$ 35 milhões.

Poucas horas antes, na noite do domingo (2), ela havia sido a convidada especial do desfile da grife Givenchy, um dos destaques da semana de moda de Paris. Outra irmã de Kim, a modelo Kendall Jenner desfilou para a marca naquela noite.

POR DENTRO

Na noite do sábado (1), a socialite brasileira Cris Pitanguy armou um coquetel no restaurante do hotel em que Kim Kardashian estava hospedada. O acesso ao lugar, a Folha constatou, não era complicado.

Apesar da lista de convidados restrita, o segurança não perguntava nem conferia nomes. Algumas pessoas entraram sem constar na lista e passavam tranquilamente pelo corredor que dá acesso ao jardim principal, onde aconteceu o convescote.

Por volta das 23h, o carro de Kim a deixou dentro do jardim, e o segurança pessoal da socialite, o alemão Pascal Duvier, levou a cliente até a porta do salão que dá acesso aos elevadores.

O único ‘cuidado’ extra do hotel foi apagar as luzes do andar em que a cliente famosa estava hospedada para evitar flashes dos fotógrafos que transitavam pelo coquetel brasileiro.

Ainda não há pistas sobre os assaltantes. Kim voou de volta para casa nesta manhã para encontrar o marido, o rapper Kanye West. Atração de um festival de música em Nova York, ele parou o show no meio alegando haver “um problema familiar”.

]]>
0
Cinco fatos nada glamorosos sobre a semana de moda de Paris http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/5-fatos-nada-glamorosos-sobre-a-semana-de-moda-de-paris/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/5-fatos-nada-glamorosos-sobre-a-semana-de-moda-de-paris/#respond Fri, 30 Sep 2016 23:45:48 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/paris-joel-180x111.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2256 Nem só de ostentação vivem aqueles que transitam pelos desfiles de verão 2017 da semana de moda de Paris. Na sombra dos flashes, algumas verdades nada glamorosas vêm à tona. Confira algumas.

 

1. Bola furada

Menina dos olhos das grifes estrangeiras desde 2010, o Brasil “Bola da Vez” está saindo do radar da moda internacional. O termômetro da queda é a lista enxuta de brasileiros convidados para os desfiles. As cotas para o país diminuíram pela metade em apresentações como as das etiquetas Louis Vuitton e Chanel.

Não está fácil nem para as blogueiras – ou “digital influencers” (influenciadoras digitais), como preferem ser chamadas. Tem menina doando meio guarda-roupa para quem se dispuser a dar “aquele jeitinho” para ganhar convite.

Comenta-se que, para algumas marcas, a redução tem a ver com o tombo nas vendas. Com o agravamento da crise no país, as lojas não estariam lucrando como esperado. Algumas, aliás, teriam prejuízos milionários.

 

2. Ombros & Flores

Uma manga longa daqui, um camisolão acolá, mas o que pegou mesmo nas passarelas desde a semana de moda de Nova York foi a blusinha de um ombro só. E flores, muitas flores por todos os lados. “Flores, na primavera, que inovador”, diria Miranda Priestley do filme “O Diabo Veste Prada” (2006).

Teve até o combo blusinha florida de um ombro no desfile da estilista “hype” Isabel Marant. “Uma hora é roupa de dormir, outra hora pra dançar merengue”, desabafou uma editora no pé do ouvido deste colunista.

 

3. Sinal vermelho

Paris é que nem São Paulo. Choveu, todo mundo desaprende a dirigir. O trânsito nesse tempo instável de 9ºC à noite e sensação térmica de 30ºC nas tardes chuvosas ficou tão caótico que houve pé grifado arrastando a sola vermelha no metrô.

Nem os carros da Uber deram conta de pegar as moças nas portas dos desfiles. A espera mínima girou em torno de 30 minutos às 18h desta sexta-feira (30), horário de pico na cidade. Táxi? Entra na fila.

 

4. Desfile virtual

Ver um desfile, hoje, significa aumentar seguidores. Snapchat, Instagram, Periscope e Twitter substituíram o bloquinho e a caneta. Não há pacote de dados que dure com tantas entradas ao vivo e posts do último minuto.

É tanto smartphone levantado que, se alguém não senta na primeira fila, corre o risco de ver o desfile na tela do celular de quem estiver na frente.

Na apresentação de Hussein Chalayan, uma convidada insatisfeita ouviu um “não me toque, estou ao vivo” quando chamou a atenção do colega da frente que levantou cinco vezes para gravar o melhor ângulo.

 

5. Comida ‘fashion’

Se é verdade que Paris é o melhor lugar do mundo para comer bem, boa parte dos fashionistas não sabe disso. À tarde, a parada obrigatória é no lotado Angelina, no meio da rue de Rivoli, cujas atrações são os doces de até R$ 60. Já à noite, as mesas dos cafés Le Deux Magots e Flore, na boulevard Saint-Germain, não dão conta de tanta pose.

O “Magots” serve uma famosa torta de maçã por R$ 40 a fatia, e o “Flore”, além de drinques grifados, uma sopa de cebola de R$ 80 e um “croque-mounsieur”, o misto quente francês, pelo mesmo preço. Comida mesmo, só na imaginação.

]]>
0
Grifes tradicionais resgatam relevância da semana de moda de Milão http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/23/grifes-tradicionais-resgatam-relevancia-da-semana-de-moda-de-milao/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/23/grifes-tradicionais-resgatam-relevancia-da-semana-de-moda-de-milao/#respond Fri, 23 Sep 2016 15:48:20 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2245
X

Por mais tradicional e relevante para a história que seja a costura de um país, ela não pode parar no tempo. De dois anos para cá a indústria italiana saiu do marasmo criativo que a engessou numa elegância antiquada e, nesta semana de moda se Milão, se confirmou como o evento de desfiles mais inovador do circuito internacional.

Enquanto a moda parisiense patina para redirecionar o estilo de suas grifes, algumas delas em vias de trocar de comando, a italiana consolida nesta temporada de verão 2017 nomes emergentes como Alessandro Michele, estilista da Gucci, e Massimo Giorgetti, da Emilio Pucci.

Miuccia Prada e Giorgio Armani, donos das grifes que levam seus sobrenomes, seguem na elite da moda ocidental.

O tema desta temporada europeia, iniciada em Londres na última sexta-feira (16) e que segue para Paris a partir de terça-feira (27), é a guerra. Ou melhor, os efeitos dela sobre as pessoas e como elas respondem aos conflitos.

Sentimentos e “cores emocionais”, como rosa, vermelho, amarelo e verde, sempre em tons acesos, permearam as coleções.

Um tipo de cartela que caiu como uma luva na Pucci, reconhecida pelas estampadas vibrantes e coloridas. Giorgetti, no entanto, amplificou as linhas dos padrões criados por Emilio Pucci e transformou casacos enormes e vestidos, todos de jérsei, em esculturas sinuosas.

A praia e os balneários de luxo inspiraram roupas leves e todo o clima solar da coleção.

Na Gucci, Michele continuou seu trabalho de misturar décadas e referências da cultura jovem. Colou a palavra amor numa das jaquetas da coleção, que também tinha vários elementos da cultura asiática mescladas aos babados da indumentária do século 18.

Proporções “oversized” (amplas) e peças “street” completam o deleite visual da melhor coleção do estilista na grife. Mais urbano que em coleções passadas, o vintage proposto por ele é algo setentista e oitentista –períodos em que o mundo, recuperado das guerras, vestiu flores, muitas cores e partiu para excessos no guarda-roupa.

Prada, uma das estilistas mais conectadas a seu tempo, deu viés feminino à rigidez da roupa militar. Tons de folhas secas e cinzas, que identificam o estilo, receberam pinceladas de estampas xadrez, flores e linhas coloridas nas extremidades da roupa.

É, basicamente, uma bem engendrada combinação da roupa feminina dos anos 1940 e 1950, só que misturada ao tempero doce dos 1970. Uma das coleções mais femininas e comerciais de Miuccia Prada nesta década.

O cinza-concreto e o azul profundo do oceano definem o jogo de opostos criado por Armani. O estilista italiano, que proporciona uma das modas mais elegantes desta semana de desfiles, imprimiu flores em peças transparentes, como se dissesse que há vida em meio ao concreto.

]]>
0
A nova “ilusão perfeita” de Lady Gaga http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/a-nova-ilusao-perfeita-de-lady-gaga/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/a-nova-ilusao-perfeita-de-lady-gaga/#respond Thu, 22 Sep 2016 19:25:25 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/gaga-illusion-180x100.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2232 “Little Monsters” em polvorosa. O clipe da nova música da popstar Lady Gaga, “Perfect Illusion”, foi lançado na quarta-feira (21) para divulgar seu quinto álbum, “Joanne”. O disco leva o segundo nome de Stefani Joanne Angelina Germanotta, personagem impresso na certidão de nascimento da americana, e sairá no dia 21 de outubro.

As músicas são produzidas por vários amigos de Gaga, entre eles Mark Ronson, produtor dos discos de Amy Winehouse, e Nadir Khayat, autointitulado RedOne e escultor de “Bad Romance” e “Just Dance”, singles da mesma “Mother Monster”, como a cantora é conhecida entre os fãs.

Veja o clipe de “Perfect Illusion”:

“Monstrices”, porém, ficaram no passado. O clipe é dirigido pela fotógrafa de moda Ruth Rogben e soa como ponto de virada na carreira da mulher que, entra álbum sai álbum, remexe os padrões imagéticos da cultura pop –feito que só Madonna conseguia realizar desde que surgiu na turnê “Blond Ambition” (1990) com um sutiã cônico de Jean Paul Gaultier.

Neste novo trabalho, não faltaram comparações com as décadas marcadas pelos excessos na vestimenta e na agressividade melódica do rock. Soa ultrapassado? Não é o que acha metade dos estilistas e das marcas internacionais que, neste início de temporada internacional, reacenderam o glitter e espírito roqueiro na passarela para trazer o estilo “street” e glamoroso dos anos 1980 e 1990 de volta à ribalta. O rock está na moda.

Há 25 anos era lançada “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana. O punk, grande referência das últimas coleções de grifes de luxo, fará 40 anos em 2017. “Guns’n Roses está de volta (perceberam o shortinho do tipo Axl Rose que ela usa?). Nada é por acaso quando se trata da cantora mais alinhada ao marketing da indústria do entretenimento.

Gaga dá verniz roqueiro à estética pop e faz uma homenagem aos Estados Unidos.

Sem descambar na óbvia bandeira americana estampada na roupa, a cantora equaciona pedaços do seu país natal neste clipe. O deserto californiano, o estilo Coachella revisitado e a enxurrada de marcas americanas –desta vez, só dá elas–, modelam a ilusão de que a cantora fala.

O estilista Brandon Maxwell, um dos protegidos da primeira-dama americana Michelle Obama, é quem constrói a nova imagem da cantora. A blusa “podrinha” é American Apparel, os shorts jeans são Levi’s, as botas são Rag And Bone, os óculos são Persol. Ou seja, não são só o clipe e a canção os elementos palatáveis dessa nova fase.

Diferentemente do seu armário de antigamente, o figurino de hoje pode ser usado e comprado por qualquer um. Nem de longe a cantora lembra a modelo não-oficial do estilista Alexander McQueen (1969-2010) que chocou a indústria nos tempos de “The Fame Monster” (2009), álbum mais rentável de sua carreira.

Movida por um radar apontado para o futuro mas com a memória de um passado recente, a estética “Joanne” de Lady Gaga provavelmente não chegará a ter o impacto da “Lemonade” de Beyoncé, mas entregará o que sua criadora faz melhor: “ilusões” bem engendradas, quase perfeitas.

]]>
0
Ex-estilista da Calvin Klein assina figurino na abertura da Paraolimpíada http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/ex-estilista-da-calvin-klein-assina-figurino-na-abertura-da-paraolimpiada/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/ex-estilista-da-calvin-klein-assina-figurino-na-abertura-da-paraolimpiada/#respond Wed, 07 Sep 2016 20:27:28 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/costa-180x135.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2218 O estilista mineiro Francisco Costa, 52, assinou as roupas das crianças escaladas para carregar a bandeira paralímpica na cerimônia de abertura dos Jogos, que começa às 18h15 desta quarta-feira (7), no Rio.

Designer brasileiro de maior projeção internacional e ex-estilista da Calvin Klein, grife da qual foi diretor criativo até abril deste ano, Costa vestirá oito crianças com deficiência motora e seus respectivos pais.

Os adultos deverão usar ternos brancos de corte minimalista e inspiração esportiva, conceito comum ao trabalho do estilista. Feito de malha, o conjunto será unido a um colete que a criança vestirá para, a partir dos movimentos do pai, reproduzi-los.

Ternos que serão usados pelos pais das crianças que carregarão a bandeira Paraolímpica. Crédito: Divulgação
Ternos que serão usados pelos pais das crianças que carregarão a bandeira Paraolímpica. Crédito: Divulgação

As roupas infantis foram confeccionadas com as cores branco, azul, verde e vermelho, que compõem a bandeira paralímpica.

Uma das botas do par usado pela criança será unida ao calçado do pai, para que ela ande. O acessório foi chamado de “bota do mundo”.

“Será um esforço dos dois, tanto do pai quanto da criança. A ideia é contar a história deles, unidos, e simbolizar a quebra do paradigma de que elas [as crianças com deficiência] não têm oportunidades”, diz Costa à Folha.

Segundo ele, o desafio, “simples de executar”, foi unir o trabalho de design com a técnica de levar alta funcionalidade à roupa.

Coletes que serão usados por crianças com deficiência motora. As roupas foram criadas pelo estilista Francisco Costa. Crédito: Divulgação
Coletes que serão usados por crianças com deficiência motora. As roupas foram criadas pelo estilista Francisco Costa. Crédito: Divulgação

NOVA ‘CASA’

O estilista também anunciou sua volta ao ateliê de costura. Dentro de “seis a oito meses” ele iniciará o trabalho em uma nova marca.

Costa não revelou se será em uma grife própria ou se assumirá o cargo de diretor criativo de uma etiqueta já consolidada, como fez com a divisão feminina da Calvin Klein em 2003. “Será uma evolução do meu trabalho, algo novo e com uma cara nova”, afirma.

Desde sua saída da grife, “que já preparava a mudança de diretoria há muito tempo”, outros convites apareceram. “Rejeitei porque não estava nos meus planos.”

Sobre o novo estilista da marca, o belga Raf Simons (ex-Christian Dior), Costa é só elogios. “Gosto bastante, espero que tenha sucesso”. Um sucesso que, ele frisa, já conseguiu.

“Peguei uma companhia [a Calvin Klein] que valia US$ 700 mil e a levei a US$ 8 bilhões. Foi algo incrível. Sugeri ao novo presidente [o nova-iorquino Steven B. Shiffman] que era hora de mudar, reformular, porque havia muita gente atuando no estilo [além dele, o italiano Italo Zuchelli cuidava das coleções masculinas]. Foi o que aconteceu.”

Desfile? “Ainda não. Seria colocar o carro na frente dos bois.”

]]>
0
Mostras usam fragrâncias para apresentar espectro sensorial da arte http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/05/mostras-usam-fragrancias-para-apresentar-espectro-sensorial-da-arte/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/05/mostras-usam-fragrancias-para-apresentar-espectro-sensorial-da-arte/#respond Mon, 05 Sep 2016 20:24:16 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2204 As artes visuais –o próprio nome define– dependem do olho humano para que a informação seja mastigada. Duas mostras em São Paulo, uma que terminou na quarta (31) e outra que vai até o dia 25 deste mês, propõem um olhar (ou melhor, um cheiro) menos figurativo da arte.

Instalada num salão do shopping Iguatemi, na zona sul, a Aromatique – Alquimia dos Sentidos é didática. Totens preenchidos com jardins suspensos exalam os cheiros de 20 perfumes importantes na história do mercado brasileiro desde a abertura das importações, em 1990.

Visão geral da mostra Aromatique - A Alquimia dos Sentidos, em cartaz no shopping Iguatemi, em São Paulo. Crédito: Divulgação
Visão geral da mostra Aromatique – Alquimia dos Sentidos, em cartaz no shopping Iguatemi, em São Paulo. Crédito: Divulgação

As flores de cada estrutura integram as receitas de “best sellers” como J’Adore, da Christian Dior, Polo, da Ralph Lauren, Le Male, da Jean Paul Gaultier, CK One, clássico da Calvin Klein, e Malbec, único brasileiro da lista e criado pela marca OBoticário.

O diretor artístico Marcello Dantas ainda acrescentou um totem que exala lavanda, alecrim, verbena e limão siciliano, para comemorar os 50 anos do Iguatemi com o cheiro que identifica os corredores do centro de compras.

Ainda que galgada no espectro publicitário, a mostra oferece uma rara oportunidade dos espectadores entrarem em contato com o mundo invisível das fragrâncias.

Se museus pop como o nova-iorquino MAD (Museum of Arts and Design), que em 2012 organizou a exposição “A Arte do Aroma”, já reconhecem o potencial do assunto, os produtores culturais brasileiros ainda não sentiram o lastro dessa tendência.

Exemplo de como o assunto pode formar uma boa audiência foi a imersão nos universos da decoração e da perfumaria que a mostra Apartamento propiciou. Pensado pelo estilista Mario Queiroz, o projeto exibiu até o dia 31 de agosto, no Senac Lapa Faustolo (zona oeste), um emaranhado de referências aos estilos do homem brasileiro.

Segundo os organizadores, 6.000 pessoas passaram pelo lugar, número expressivo para uma exposição desse tipo.

A designer Noemi Saga e a doutora em semiótica Sylvia Demetresco criaram sete ambientes que contavam, por meio de móveis, roupas e cheiros, a personalidade de pessoas distintas. O espectador foi convidado a usar o nariz para identificá-lo e fazer um próprio raio-X sobre a aparência e o estilo de vida desses personagens.

Detalhe da exposição Apartmento, organizada pelo estilista Mario Queiroz e montada no Senac Lapa Faustolo. Crédito: Divulgação Senac
Detalhe da exposição Apartmento, organizada pelo estilista Mario Queiroz e montada em agosto no Senac Lapa Faustolo. Crédito: Divulgação Senac

Entre as personalidades, havia desde o esportista com cheiro de notas “fougère” até o “roqueiro baixo Agusta” e seu perfume de couro com metal, quase vintage.

Os perfumistas da empresa alemã Drom, especializada em criar fragrâncias para marcas de perfumaria e de moda, criaram os tons olfativos, e a Tok & Stok, os móveis usados nas instalações.

A mostra resgatou memórias olfativas arraigadas na mente de quem passou pelos ambientes. O perfume, borrifado em objetos dispostos pelos cenários, serviu como base para as interpretações de cada espectador.

Detalhe da exposição Apartmento. As fragrâncias foram borrifadas em objetos dispostos pelos ambientes. Crédito: Diulgação Senac
Detalhe da exposição Apartmento. As fragrâncias foram borrifadas em objetos dispostos pelos ambientes. Crédito: Diulgação Senac
]]>
0
Se houvesse um doping da roupa… http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/se-houvesse-um-doping-da-roupa/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/se-houvesse-um-doping-da-roupa/#respond Thu, 18 Aug 2016 05:01:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2201 …para começar, boa parte da tecnologia têxtil e de performance não existiria. Suaríamos mais, correríamos menos e, principalmente, forçaríamos os músculos até rompê-los. O motivo para isso é que o fator determinante para as grifes desembolsarem milhões em busca do produto perfeito (e do melhor close nos pódios olímpicos) é a conivência das federações esportivas com a alta tecnologia.

A americana Nike, a italiana Arena, a alemã Puma e a japonesa Asics dominam os estudos de performance, ainda que a americana Under Amour e a alemã Adidas tenham ganhado espaço ao patrocinar medalhistas como Michael Phelps e Tom Daley, respectivamente.

São da Nike alguns dos melhores aproveitamentos do atletismo. Um sistema denominado AeroSwift reduz o arrasto e maximiza o esforço do atleta por meio da roupa de náilon, que tem furos estratégicos na parte frontal da blusa e foi testada em tubos de ar.

Quenianos, brasileiros e o americano Justin Gatlin usaram a novidade. Gatlin, no entanto, foi vencido pela “tecnologia responsiva” das sapatilhas da Puma calçadas pelo jamaicano Usain Bolt.

É inegável que o tempo de 9s81 do atleta nos 100 m rasos foi resultado de esforço, mas especialistas defendem que, mesmo com papel secundário, a roupa faz diferença no desempenho final do atleta.

Para além de questões estéticas, os futebolistas perceberam a importância do look de campo. Neymar ganhou uma chuteira desenhada pela Nike. A tecnologia permite toque de bola mais eficiente e diminuição no peso da peça. É certo que, nos 90 minutos de jogo, qualquer ajuda é válida.

A eficácia dessas inovações foi comprovada na Olimpíada de Pequim, em 2008. Naquele ano, 87 recordes foram quebrados por causa de um maiô de poliuretano, cujo principal atrativo era dizimar o atrito com a água. Uma grande polêmica que se seguiu aos resultados excepcionais fez a Federação Internacional de Natação banir a roupa para os homens. A partir de 2009, eles só puderam competir de bermudas ou sungas.

Na Olimpíada de Londres, em 2012, a tese ganhou força com o fato de a maioria dos recordes na água ter sido quebrada por mulheres. E, claro, por seus maiôs.

A italiana Arena foi uma das prejudicadas com a ascensão do look de super-homem –os mais famosos eram da australiana Speedo. Para competir com a marca, a Arena apresentou uma evolução da tecnologia Carbon num desfile realizado neste mês, no Rio. Aplicadas nas peças de compressão, partículas de carbono ampliam os movimentos e não deixam o ar entrar.

O que separa esses atletas de ponta do aspirante olímpico, que muitas vezes não sobrevive do esporte, são os milhares de dólares gastos com equipamento e as horas de treino patrocinado. Se houvesse um doping da roupa, que limitasse o uso de tecnologia no vestuário, talvez o quadro de medalhas da Rio-2016 fosse um pouco diferente. Mesmo por alguns milésimos.

]]>
0
Look antifurto http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/11/look-antifurto/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/11/look-antifurto/#respond Thu, 11 Aug 2016 05:00:34 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/adib-elias-180x126.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2193 Nunca se vendeu tanta “doleira” no Saara carioca. Antes mesmo do início da Olimpíada, os comerciantes do comércio popular do Rio tiveram de começar a repor o estoque da minipochete que, enrolada na cintura e colocada por dentro da cós da calça, guarda dinheiro.

No estande do “seu Miguel”, poucas horas antes da cerimônia de abertura, só restavam três modelos do carregamento de 50 peças que havia encomendado na semana anterior. Não fosse a Rio-2016, “talvez vendesse dez”.

Os americanos, ele diz, são os que mais se preocupam com os “pickpockets” (batedores de carteira). “Um grupo que levou dez doleiras de uma vez. O medo era tanto que tiraram a grana da sola do sapato”, ri.

Mas, se o visual do deputado Adib Elias (PMDB-GO), flagrado em 2008 com notas na meia, não agradar, ele tem a dica “fashion” da vez: “Coloca o dinheiro na cueca ou no sutiã. Sapato roubam fácil”.

Da estação Uruguaiana do metrô até o cruzamento da rua da Alfândega com a Conceição, a oferta do acessório minguou. Prostrado numa esquina, “seu Valdenir” promete encomendar nova leva de cores —preto e bege dominam— por até R$ 15. Na falta de doleiras, empurra pochetes. O acessório, espalhafatoso demais, encalhou.

Débora” (os comerciantes se identificam pelo primeiro nome) teve ideia melhor para lucrar com o medo do turista. Encomendou cartucheiras, acessório comum em “raves” e usado por policiais para guardar armas e munição. Tipo Lara Croft.

A procura pelo “look antifurto” pode ser justificada pelos números do Instituto de Segurança Pública. De janeiro a maio, foram registrados 48.429 roubos no Rio, ou 13 por hora. Não passou batido pela moda.

A marca suíça de relógios Swatch, por exemplo, lançou em julho um modelo que dispensa o uso de dinheiro ou cartão de crédito. O Bellamy guarda um chip recarregável, sensível a algumas maquinhas. É só encostar a caixa do relógio no terminal de pagamento e a compra acontece sem senha.

O diretor criativo da marca, o italiano Carlo Giordanetti, disse à coluna que a peça, com pulseira de borracha, é uma “solução ‘cool’” para o problema dos furtos. “Como turista, sei que isso [a violência] é um problema. Mas acho que ninguém vai te roubar o relógio, porque não é chamativo como uma joia. E, se acontecer, você pode entrar no site e cancelar o chip. O dinheiro estará seguro.”

Os R$ 725 gastos com o relógio, claro, não são devolvidos. Talvez a meia seja boa ideia.

X
]]>
0
Corpo e estilo brasileiros foram escondidos em manto colonizado http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/06/corpo-e-estilo-brasileiro-foram-escondidos-em-manto-colonizado/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/06/corpo-e-estilo-brasileiro-foram-escondidos-em-manto-colonizado/#respond Sat, 06 Aug 2016 03:46:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2184 Antes de achar graça no próximo meme que vir com o descamisado sorridente empunhando a bandeira do Tonga ou zombar do uniforme “estranho” da delegação dos Emirados Árabes, é preciso entender que, antes de um desfile esportivo, a cerimônia olímpica é uma celebração de costumes.

Cada nação construiu um figurino de acordo com seu modo de vida, e, numa leitura ampliada da festa, havia panos e cortes de alfaiataria demais sobre a pele dos atletas e voluntários brasileiros.

O vestido Herchcovitch de Gisele Bündchen era um belo exemplo de roupa para o tapete vermelho, mas não um traje para a garota das areias de Ipanema. Fenda e salto alto não fazem par com bossa nova.

Não fosse a mistura de sensualidade e elegância no look transparente de Anitta, assinado por Adriana Degreas, o corpo e o estilo brasileiros ficariam completamente escondidos no manto colonizado, típico da nossa costura, que permeou parte da apresentação.

Havia, porém, uma unidade imagética nas produções criadas pela figurinista Claudia Kopke e sua equipe. As roupas originais dos índios e a versão teatral dos colonizadores portugueses encheram o Maracanã de poesia, que logo virou música e brilho noturno no corpo da funkeira Karol Conka.

Não ficou claro o motivo, mas parece que houve uma mudança de última hora na cena dos voluntários montados em bicicletas. A roupa fora inicialmente confeccionada para vestir surfistas, mas serviu para ciclistas.

Os uniformes da estilista de moda praia Lenny Niemeyer, que vestiu os atletas brasileiros, bem poderiam vestir os de algum país da Europa, não fosse a estampa de folhagens típicas do Brasil. Mais brasileiros foram os looks Ralph Lauren da delegação americana, compostos até de bermuda.

No mesmo uniforme também havia uma condenável logomarca de jogador de polo, que identificava a grife. O mesmo problema tiveram as delegações brasileira, que ostentou o nome da varejista holandesa C&A, e a italiana, com um símbolo da marca Emporio Armani.

Quem melhor se saiu no desfile das delegações foram os canadenses, que misturaram no traje elementos de sua bandeira, da cor vermelha à folha de bordo impressa nas costas.

Os estilistas da grife DSquared2, Dean e Dan Caten, conseguiram mesclar técnicas da alfaiataria europeia a detalhes de moda casual, uma espécie de resumo da cultura de moda do país norte-americano.

]]>
0