Peça Única2016 – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Preteridas em licenciamentos, grifes cariocas acertam em uniformes olímpicos http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/07/07/preteridas-em-licenciamentos-grifes-cariocas-acertam-em-uniformes-olimpicos/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/07/07/preteridas-em-licenciamentos-grifes-cariocas-acertam-em-uniformes-olimpicos/#respond Thu, 07 Jul 2016 22:22:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2131 ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Desde que foi divulgada a lista de marcas do Programa de Licenciamento Rio 2016, há quase um ano, restou a dúvida sobre como o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) consertaria a gafe de ter elegido apenas duas grifes cariocas – uma de joias e outra de cangas –entre as dez que compõem a lista de fornecedores das peças de vestuário vendidas nas lojas oficiais dos Jogos Olímpicos.

Três marcas baseadas no Rio, a masculina Reserva, a de moda praia Lenny Niemeyer e a de roupas femininas Andrea Marques, as duas últimas capitaneadas pelas estilistas homônimas, foram escolhidas pelo empresário Paulo Borges, fundador da São Paulo Fashion Week, para representar a moda autoral brasileira.

Na última quarta-feira (6), no Rio, houve o lançamento dos uniformes de gala que os atletas brasileiros usarão nas cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada. Niemeyer ficou responsável pela concepção das peças, e a varejista holandesa C&A, por sua produção.

Atletas de canoagem usam looks de gala criados por Lenny Niemeyer para a abertura e o encerramento da Olimpíada do Rio. Crédito: Marcelo Pacheco/Divulgação
Atletas de canoagem usam looks de gala criados por Lenny Niemeyer para a abertura e o encerramento da Olimpíada do Rio. Crédito: Marcelo Pacheco/Divulgação

Dois conjuntos de alfaiataria, um masculino e outro feminino, receberam as cores da bandeira brasileira em uma estampa de folhagens, aplicada num lenço de poliéster que a C&A estuda vender em suas lojas.

Os looks são feitos basicamente de sarja de algodão, tricoline e uma mescla de elastano “para dar conforto e mobilidade”, segundo disse Lenny em coletiva de imprensa.

Questionado pela Folha sobre o motivo de as varejistas brasileiras, como Riachuelo e Renner, terem sido preteridas pelo COB nessa concorrência, o presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, explicou que a escolha não se baseou na origem da empresa.

“[A escolha] foi por quem se interessou. Além disso, é um evento mundial, não só de marcas brasileiras. Temos de ver quem tem maior sensibilidade para participar [como patrocinador]”, disse Nuzman.

Elogiadas pela forma e criticadas por ostentar a logomarca da C&A no peito, as criações foram melhor recebidas pelo público do que as de Andrea Marques.

Peças da primeira versão que a estilista Andrea Marques fez para os looks usados na entrega das medalhas. Crédito: Alex Ferro/Rio2016/Divulgação
Peças da primeira versão dos looks criados por Andrea Marques para serem usados nas entregas das medalhas da Olimpíada. Crédito: Alex Ferro/Rio2016/Divulgação

Marques vestirá os voluntários escalados para entregar as medalhas olímpicas aos vencedores. Logo após o lançamento, no último dia 23 de junho, as roupas estampadas e com faixas vermelhas foram chamadas de “juninas” por internautas.

Tanto os vestidos de comprimento mídi quanto os conjuntos de alfaiataria dos rapazes seguiram a linha clássica das criações da estilista, mas a patrulha virtual não perdoou e memes compararam as peças ao guarda-roupa de Agostinho Carrara, personagem de gosto fashion duvidoso do seriado “A Grande Família”.

A assessoria da estilista informou que, quando foram apresentadas, as roupas ainda não estavam prontas. O fato é que, após as críticas, as faixas vermelhas sumiram e a estilista apresentou novos croquis com visual monocromático e mais limpo.

Segunda versão, menos "junina", dos looks assinados por Andrea Marques para os Jogos Olimpícos do Rio-2016. Crédito: Divulgação
Segunda versão, menos “junina”, dos looks assinados por Andrea Marques para os Jogos Olimpícos do Rio-2016. Crédito: Divulgação

Estampas com motivos da flora e da fauna carioca guiaram a criação dos uniformes da Reserva, escolhida para produzir os uniformes dos atletas do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro).

Assim como as peças de Lenny, as do empresário Rony Meisler são calcadas na alfaiataria. Os blazers masculino e feminino foram estampados com o padrão colorido, assim como dois modelos de camisetas que serão, segundo a marca, comercializados nos pontos de venda da Reserva.

Croquis dos uniformes dos atletas paralímpicos brasileiros na Olimpíada. Os looks são da grife Reserva. Crédito: Divulgação
Croquis dos uniformes dos atletas paralímpicos brasileiros na Olimpíada. Os looks são da grife Reserva. Crédito: Divulgação

O jornalista viajou a convite do Comitê Olímpico Brasileiro

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Rio 2016: biquíni à prova de cloro http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/27/rio-2016-biquini-a-prova-de-cloro/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/27/rio-2016-biquini-a-prova-de-cloro/#respond Mon, 27 Jul 2015 19:53:38 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1393 Três Olimpíadas, 110 recordes brasileiros, cinco Pan-Americanos, terceiro sargento do exército e com mais de mil medalhas conquistadas, a paulista Fabíola Molina, 40, tem no currículo uma nova vitória.

Ex-nadadora e estilista, ela foi escolhida pelo Comitê Organizador Rio 2016, braço do COI (Comitê Olímpico Internacional) no país, para representar a moda praia brasileira durante os Jogos Olímpicos.

Sua grife homônima venceu a concorrência armada pelo Programa de Licenciamento Rio 2016 e produzirá as peças do look de banho que os turistas poderão comprar na capital fluminense durante o evento.

Molina não tem formação acadêmica em moda e é pouco conhecida do “mundinho fashion”, mas parece saber como nenhum outro designer de moda o que faz um biquíni e um maiô perfeitos.

Na década de 1990, incomodada com “os maiôs sem graça, ou pretos, ou azuis ou vermelhos que usava para treinar”, pediu a uma costureira de sua cidade natal, São José dos Campos (a 87 km de São Paulo), que cozesse umas peças para consumo próprio.

A empresária e ex-nadadora da seleção brasileira, Fabíola Molina. Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress
A empresária e ex-nadadora da seleção brasileira, Fabíola Molina, em São José dos Campos (SP). Crédito: Lucas Lacaz Ruiz/28.set.2012/Folhapress

“Era um esquema bem ‘fundo de quintal’. Comecei a testar umas estampas, uma modelagem de alcinhas bem finas para não marcar os tecidos, bem limitados à época, e passei a treinar com as peças. As mulheres [colegas de natação] me viam na piscina e perguntavam onde eu havia comprado os maiôs. Quando pensei em largar a piscina, decidi abrir minha própria confecção com meu marido”, conta Molina.

Foi em 2004, com a ajuda do marido e também nadador Diego Yabe, 34, que Fabíola lançou seu nome no mercado. A seu favor estavam os anos de experiência na piscina — o que atraiu clientes profissionais do mundo todo — e um tecido anti-cloro da tecelagem brasileira Santaconstancia.

“A diferença entre o meu produto e o das grifes de moda praia é que os meus resistem mais tempo à química da piscina. A lycra [matéria-prima de boa parta das peças de praia à venda no varejo] dura poucas semanas se receber banho de cloro todos os dias”, explica a empresária.

Biquíni criado pela ex-nadadora Fabíola Molina para ser vendido na Olímpiada do Rio. Divulgação
Biquíni criado pela ex-nadadora Fabíola Molina para ser vendido na Olímpiada do Rio. Divulgação

Duas colegas, uma ex-nadadora e uma consumidora compulsiva, juram que os maiôs e os biquínis de Molina duram mais que a média do mercado.

“Quero unir funcionalidade com informação de moda. Das opções que tinha nos guias visuais [enviados às empresas licenciadas pela organização dos Jogos Olímpicos], usei a maioria. Criei apenas uma estampa gráfica com um degradê de cores para aplicar numa peça”, diz Molina, que “tira da cabeça a ideia das peças” para, depois, criá-las em programas de computador.

Body da marca Fabíola Molina, que será vendido durante os Jogos Olímpicos do próximo ano. Divulgação
Body da marca Fabíola Molina, que será vendido durante os Jogos Olímpicos do próximo ano. Divulgação

Mais de 60% da produção de sua marca é vendida numa loja virtual, e o restante, em multimarcas brasileiras e no único ponto próprio, em São José dos Campos. Os itens criados para os jogos custarão entre R$ 120 (maiô) e R$ 200 (biquíni), valores um pouco maiores que os R$ 135 cobrados pelo conjunto de sutiã e calcinha mais caro disponível no e-commerce da marca.

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