Peça Únicaarmani – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Análise: Grammy é melhor vitrine para a moda do que o Oscar http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/16/analise-grammy-e-melhor-vitrine-para-a-moda-do-que-o-oscar/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/16/analise-grammy-e-melhor-vitrine-para-a-moda-do-que-o-oscar/#respond Tue, 16 Feb 2016 17:38:51 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/02/Gaga-180x120.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1872 Coloque todas as celebridades que passam pelos tapetes vermelhos das premiações do cinema ao lado daquelas que fazem pose no Grammy. A constatação é óbvia. Divas da música se vestem melhor que as das telas. Ou, pelo menos, têm mais manejo e graça ao segurarem no corpo um vestido de grife.

Por mais desenvoltas que as atrizes sejam na frente das câmeras, o ofício de dar a cara a tapa e, muitas vezes, construir personagens por meio de suas roupas, faz das cantoras modelos mais interessantes para as grifes trabalharem suas ideias.

Quem no Oscar poderia usar, por exemplo, o vestido azul do estilista Marc Jacobs que Lady Gaga vestiu na segunda (15) para os flashes do Grammy?

A mistura de pop art, anos 1980 e divas do cinema antigo proposta no verão 2016 de Jacobs não caberia no script exageradamente correto do tapete vermelho mais fotografado do mundo.

É claro que as atrizes de Hollywood sentem o peso de ser, ou parecer, uma diva tradicional numa festa tradicional. (Leia mais sobre o assunto numa análise recente que fiz para a “Ilustrada”)

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Mas o que as artistas da música ensinaram nesse último Grammy é que, sim, é possível aliar glamour e algum senso de inovação para não cair na vala do “look correto”, aquele que todo mundo olha, acha bonito, mas apaga da cabeça antes do próximo clique. Algo banal para quem apenas acompanha, mas a morte para qualquer marca que se propõe a vestir alguém.

São as celebridades as maiores responsáveis por dar crédito às grifes de luxo, um crivo que nenhum crítico ou publicação de moda tem o poder de dar. Não foi à toa que a Gucci escolheu a cantora Florence Welch, representação do vintage moderninho, para ser uma de suas modelos exclusivas.

A mesma marca italiana também não é mera figurante no clipe mais comentado do momento, “Formation”, de Beyoncé, o que mostra interesse da etiqueta em investir a maior parte da verba de marketing em ações direcionadas à indústria fonográfica.

Do ponto de vista das tendências, o Grammy se mostrou muito mais atento ao que acontece no mundo. A cantora pop Demi Lovato fundiu alfaiataria e sensualidade no look preto de Norisol Ferrari, composto por blazer decotado e saia com fenda. A noção de mistura de gêneros é um dos principais temas da passarela.

Também merece atenção a nudez comedida das mulheres. Na premiação mais importante da música, Taylor Swift, grande estrela da noite, preferiu um conjunto berrante de “top cropped” e saia da Atelier Versace em vez do vestido de gala.

E mesmo quando optam pelo longo, jogam fora a seda básica. O tomara-que-caia da cantora country Kacey Musgraves, assinado pela Armani Privé, era todo texturizado em tons de azul e roxo.

O longo Stella McCartney de Ellie Goulding, uma das mais chiques da cerimônia, tinha uma espécie de placa de metal nas costas nuas que não deixou a cantora com jeito de Barbie. Selena Gomez, de Calvin Klein, fugiu da caricatura com um longo cortado nas laterais.

É certo que existem aberrações. A princesa da Disney conjurada por Megan Nicole e o moletom rosa cravejado de cristais de Dencia são um soco no olho. Porém, no fim das contas, parece ser mais sincero pisar na bola com vontade de acertar do que perder por W.O.

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5 desfiles de alta-costura para olhar de perto http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/01/28/%ef%bb%bf%ef%bb%bf5-desfiles-de-alta-costura-para-olhar-de-perto/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/01/28/%ef%bb%bf%ef%bb%bf5-desfiles-de-alta-costura-para-olhar-de-perto/#respond Thu, 28 Jan 2016 22:01:28 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1811 A temporada de alta-costura primavera-verão 2016 chegou ao fim nesta quinta-feira (28), em Paris. Já falei aqui que essas roupas, construídas durante vários meses, são os novos xodós das grifes de luxo e tão importantes para o posicionamento das marcas quanto as coleções de prêt-à-porter. Para entender mais sobre esse mundo da exclusividade e das cifras polpudas, veja cinco apresentações que devem ser vistas em tela cheia.

 

CHRISTIAN DIOR

A primeira passarela da Christian Dior sem o estilista belga Raf Simons foi montada no museu Rodin, em Paris, e quis evocar a feminilidade. Os estilistas da equipe interna da marca, Serge Ruffieux, 41, e Lucie Meier, 33, deixaram os ombros à mostra, usaram transparências e mesclaram bordados e alfaiataria, no limiar entre a fantasia proposta na era John Galliano e a rigidez do corte capitaneada por Simons. As roupas tiveram como inspiração as mulheres parisienses e são difíceis de engolir após a saída do estilista belga, mas há um esforço de respeitar os códigos da marca — a jaqueta “bar” foi reinterpretada pelos designers — e levar adiante o espírito visionário do seu fundador.

 

CHANEL

Segundo Karl Lagerfeld, estilista da grife, “Coco Chanel era a ‘Rainha do Bege’”. É da cor “nada” que ele tira quase toda a paleta do desfile, realizado num estrutura de madeira rodeada por um jardim no meio do Grand Palais, em Paris. Lagerfeld toca no conceito de moda ecológica, com uma mistura bem engendrada de materiais artesanais, como a lã orgânica, o papel reciclado e a madeira, material chave para vários looks desfilados. Uma pochete para guardar o celular é uma das peripécias do “kaiser”, que pinga um pouco de controvérsia em suas coleções. Desta vez, a sacada não prejudicou em nada o visual limpo e elegante do desfile, um dos mais bonitos da marca.

**VALE A PENA TAMBÉM CONFERIR O VÍDEO COM OS DETALHES DA COLEÇÃO***

O que deixa a alta-costura da grife ainda mais interessante é o fato de que ela é sempre feita dentro de pequenos ateliês comprados pela própria marca. Em 1997, o grupo Paraffection S.A foi criado pela Chanel para manter vivas algumas tradições têxteis que estavam se perdendo na França.

 

MAISON MARGIELA ARTISANAL

Essa coleção é uma homenagem a David Bowie, à manufatura e, principalmente, ao próprio legado do estilista que a construiu. John Galliano fez da alta-costura da Margiela um dos momentos mais aguardados dessa temporada de desfiles. Camadas de tecidos foram rasgados, remodelados e colados em diferentes formas para embaralhar os sentidos. Uma jaqueta esportiva ao avesso revela inspirações decorativistas, um vestido transparente aplicado sobre um camisão de alfaiataria tem como complemento uma bota glam. Brilho e minimalismo se encontraram na passarela e o resultado é um estudo sobre o corpo e diferentes possibilidades de encobri-lo.

 

ATELIER VERSACE

O erotismo acompanhou toda a trajetória de Donatella Versace na grife que leva o seu sobrenome, e, nesta coleção de alta-costura, ele é enrolado em tiras que formam imagens de teias de aranha. O viés esportivo comum nas últimas temporadas da marca apareceu em jaquetas curtas com gola de moletom e tops minúsculos. Os materiais variavam de couro a uma mistura química de gel endurecido. Dos anos 1980, Donatella pesca cores acesas em contraste com o preto e alguns vestidos curtos, com várias aberturas, colados no corpo.

 

ARMANI PRIVÉ

Uma das grifes preferidas das celebridades nas premiações de Hollywood olha para o movimento das ondas e a gravidade para mostrar uma coleção cheia de detalhes difíceis de modelar. Sedas leves com pregas, cortes que experimentam opor volumes e comprimentos e algumas sobreposições de babados compõem a mistura proposta por Armani. Uma mão inexperiente poderia fazer deste jogo um desastre espalhafatoso, mas como se levado pela ação do vento sobre o tecido, o estilista esculpe peças glamorosas com efeitos de cor — na maior parte das vezes, um tom de lilás claro — e formas simétricas dentro de um conjunto de assimetria.

 

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8 desfiles para entender a nova alta-costura http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/01/30/8-desfiles-para-entender-a-nova-alta-costura/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/01/30/8-desfiles-para-entender-a-nova-alta-costura/#respond Fri, 30 Jan 2015 23:43:23 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=835 Dentro do “mundo da moda” há um outro mundo tão distante e inacessível aos consumidos que não está nem nos editoriais das revistas especializadas nem na cobertura dos jornais diários.

A alta-costura é envolta em mistério, tanto sobre o processo de manufatura das roupas, feitas sob encomenda, quanto sobre quem são esses clientes capazes de pagar milhares de dólares numa peça única.

Na temporada verão 2015 de “haute couture”, termo francês para essas coleções exclusivas, que terminou na quinta (29), em Paris, algumas das maiores grifes do mundo apresentaram seu guarda-roupa exclusivo.

Veja desfiles da temporada verão 2015 de alta-costura:

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Antes, a Maison Margiela – antiga Maison Martin Margiela – mostrou em Londres sua primeira coleção couture criada pelo gibraltino John Galliano. O estilista, ex-Christian Dior, foi anunciado em outubro do ano passado como primeiro diretor criativo da grife após a saída de Martin Margiela.

Há dois motivos óbvios para explicar o momento aquecido do mercado de alta-costura, no qual  “maisons” como Chanel e Dior reformulam suas silhuetas e apostam em materiais nobres para conquistar cifras polpudas.

(Leia depoimento de Bruno Pavlovsky, presidente da Chanel, à Folha)

O primeiro ponto é que há mais ricos no mundo. Segundo relatório da Oxfam, organização que cria campanhas contra a pobreza, a desigualdade entre ricos e pobres subiu após a crise financeira mundial de 2008.

De 2009 a 2014, de acordo com o estudo, o número de bilionários no mundo passou de 793 para 1.645. Milionários ficaram ainda mais ricos, pobres ficaram mais pobres.

O resultado disso, para a moda, é que ou há roupas caras ou roupas baratas. O meio termo, ao que parece, sairá de moda. (Leia a opinião dos estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana sobre o assunto em entrevista concedida à Folha)

Outro motivo desse retorno triunfal da ideia de exclusivo, no sentido literal da palavra, é a força que a “fast fashion” ganhou desde o início dos anos 2000.

Em dez anos de parcerias, quase todos os estilistas renomados já desenharam coleções para redes de lojas populares e o acesso à informação de moda, pelo menos no hemisfério norte, é assimilada com rapidez pelos consumidores de todas as classes sociais.

A Rússia e os países asiáticos representam boa parte do faturamento dessas grifes. Não à toa, marcas como Valentino e Armani pescaram referências desses países para suas coleções de alta-costura.

Os estilistas Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli, da Valentino, buscaram no rebusco da indumentária das czarinas o centro de sua coleção inspirada no amor. A Armani Privé, por sua vez, desfilou peças com referências à flora ilustrada nos desenhos japoneses do período Edo (1603-1853).

Abaixo, veja como as grifes trabalharam seus códigos e referências nas coleções de alta-costura:

1 – Armani Privé

Aos 80 anos o italiano Giorgio Armani mostrou toda sua destreza para criar looks de tapete vermelho. Não apenas pelos vestidos minuciosamente construídos com organza e amarrados com laços que reverenciam os quimonos japoneses, mas também pelo apuro no jogo de proporções, que variam do longo tomara que caia a um conjunto de jaqueta estampada e saia. Armani soube transformar o peso das assimetrias e das cores fechadas em uma dança de tecidos rígidos e leves.

2 – Atelier Versace

De pele Donatella Versace entende. O desfile de alta-costura de sua grife deixou à mostra os limites da exposição do corpo em vestidos cujos cortes seguem as curvas femininas. Estrela do último Globo de Ouro, a marca vestiu diversas celebridades no tapete vermelho da premiação pela sensualidade velada que Donatella sabe criar. A mistura de tecidos metalizados e os blocos de cores opacas, com destaque para o preto, o azul e o vermelho.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Atelier Versace:

3 – Chanel

Na contracorrente da imagem de vestidos longos, cheios de brilho e transparências que as pessoas têm sobre a alta-costura, o estilista Karl Lagerfeld continua a alinhavar uma nova forma de pensar a alta-costura. Além de aproximar esse universo restrito ao do prêt-à-porter, os vestidos aparentemente simples e o tom quase “street” da coleção de saias e tailleurs redefinem o conceito de exclusividade. No conto de fadas de Lagerfeld, as mulheres vestem na festa o que vestiriam na rua. Uma rua chique, claro.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Chanel:

4 – Dior

Desde que assumiu a casa mais prestigiada da França, o belga Raf Simons expurga o legado do seu antecessor, John Galliano, com  a recontrução do “new look”, o conjunto de saia mídi e jaqueta (a “bar”) criado por Christian Dior nos anos 1940. A inspiração em David Bowie e na mutação do estilo do músico ao longo das décadas resultou numa coleção que remete aos looks de Bowie das décadas de 1960, 70, 80 e 90 revistas com o olhar preciso de construção que Simons empreende na grife.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Dior:

5 – Elie Saab

Faz todo sentido que o libanês seja um dos estilistas mais queridos das celebridades em tapetes vermelhos como o do Oscar, do Globo de Ouro e do Emmy. Saab é um dos poucos a manter intacto o deslumbre dos vestidos de gala, construídos com uma mistura de organza e transparências bem localizadas no corpo.

6 – Gustavo Lins

Único brasileiro a desfilar coleções na temporada de alta-costura parisiense, Lins é um costureiro no sentido literal da palavra. Nesta temporada, apresentou uma mistura de peças de alfaiataria, vestidos de baile, casacos de pelo e um apreço pelo caimento perfeito que o coloca entre os designers mais técnicos da federaçaõ de moda francesa, que organiza os desfiles em Paris.

7 – Maison Margiela Artisanal

O desfile marca o retorno do francês John Galliano à moda e a nova fase da grife que o contratou. A Maison Margiela perdeu o “Martin” da etiqueta (Martin Margiela é o estilista fundador da grife) e, com o desfile, trilha um caminho sem volta onde o minimalismo que a tornou famosa encontra o drama característico do seu novo diretor criativo. Demitido da Dior, em 2011, após proferir declarações antissemitas em um vídeo vazado na internet, Galliano foi recebido com entusiasmo e choro dos fashionistas que acompanharam sua apresentação em Londres.

8 – Valentino

O amor foi o mote para os estilistas Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli criarem uma coleção tão complexa quanto o sentimento que a inspirou. Os romances de Shakespeare, o inferno de Dante Alighieri e as pinturas do russo Marc Chagall se misturaram em vestidos construídos em camadas de tecido bordados com fios de ouro que formavam desenhos de estrelas. Destaque para os longos transparentes de seda com detalhes geométricos no busto.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Valentino:

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