Peça Únicabieber – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Três apostas de Paris, do luxo ao ‘fast-fashion’ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/06/tres-apostas-de-paris-do-luxo-ao-fast-fashion/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/06/tres-apostas-de-paris-do-luxo-ao-fast-fashion/#respond Sun, 06 Mar 2016 14:22:33 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1965 As lojas e as grifes, como é de praxe durante a temporada de moda em Paris, reservam um espaço privilegiado para suas apostas. Do alto luxo à roupa barata, as pessoas de passagem pela cidade procuram as novidades que já se firmaram nas araras e as recém-saídas dos croquis.

Numa volta pela cidade, encontramos três “itens desejo”, para citar o jargão da moda, que fazem brilhar os olhos dos garimpeiros de estilo.

 

Coleção “Blossom”, da Louis Vuitton

Coleção "Blossom", da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress
Joias da coleção “Blossom”, da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

O monograma da Louis Vuitton talvez seja a marca mais conhecida tanto por quem gosta quanto por quem não se interessa por itens de luxo. O LV cruzado e as pequenas flores estampadas nas bolsas da grife são as primeiras imagens que surgem na cabeça dos chamados “entrantes” do luxo, termo usado no mercado para definir quem está começando a consumir produtos de grife.

Certa da fama do monograma criado em 1896 por Georges Vuitton, a marca lançou, numa apresentação na Place Vendôme, a nova linha da coleção “Blossom”.

São colares, relógios e pulseiras de ouro cravejados de pedras preciosas que levam os detalhes de sua estampa mais famosa.

O “pequeno poder” custa caro. Um colar todo preenchido com pingentes em formato de flores pode custar US$ 25.000 (ou R$ 100.000). Há peças mais baratas, mas não espere gastar menos de quatro dígitos. E em euro.

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Perfumes Le Labo, na Colette

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Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

Em época de temporada de moda, a loja mais lotada de Paris é a Colette. No coração da rua Saint Honoré, o endereço é parada de hipsters, fashionistas, ricos do 16º arrondissement (bairro de endinheirados parisienses) e gente que gosta de trecos com assinatura.

Entre peças de decoração estampadas com pinturas de Jean-Michel Basquiat (1960-1988), coleções-cápsula de estilistas desconhecidos e as últimas criações de marcas como Valentino, Dior e Thom Browne, uma mesa de perfumes se destaca.

Os frascos da Le Labo, marca nova-iorquina de fragrâncias puras, custam 205 euros cada, quase R$ 1.000 se contabilizado o IOF do cartão de crédito, mas são joias concorridas.

O interessante desses perfumes é que são feitos de essência bruta, não há a mistura de notas característica dos perfumes de grife. São dezenas de opções, como sândalo, vetiver, bergamota e anis, sempre misturadas apenas com álcool.

Se o bolso não permitir o luxo, pelo menos dá para sentir cada nota perfumada nos testadores. Assim, você saberá qual cheiro agrada mais o olfato e, quando passar pelo “free shop” do aeroporto, pode procurar opções mais em conta que tenham a essência na composição.

Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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Roupa “longline”, na H&M

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Look ‘longline’ masculino à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

A moda pegou entre os homens. O que muita gente achava ser tendência passageira e coisa de fashionista tomou as ruas, pelo menos as da Europa. A camisa longa, a chamada “longline”, chegou ao “fast-fashion” com tanta força que a rede sueca H&M dedica quase metade das araras masculinas a essas roupas enormes.

Moletons, camisas e blusas longas são vendidos a menos de 10 euros (em média, R$ 50), em todas os pontos da rede de moda popular. A marca de fast fashion é a preferida entre os jovens europeus e americanos, e todo turista entra num dos endereços espalhados pela cidade em busca das promoções.

Há quem diga que foi o cantor Justin Bieber o responsável por massificar esses vestidões de malha, geralmente combinados com calça colada e jaqueta curta sobreposta.

Mas é bom ficar atento às proporções do corpo. A peça encurta a silhueta, cortando-a no meio das coxas, e pode fazer os baixinhos ficarem ainda mais baixos. Se for o caso, prefira os modelos não tão longos quanto esses das fotos e tente combinar a cor da calça com a da blusa. O look monocromático ajuda a alongar a silhueta.

Peças 'longline' masculinas à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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Campanhas de moda seduzem novas gerações com sexo, ficção e hashtags http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/moda-seduz-novas-geracoes-com-sexo-ficcao-e-hashtags/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/moda-seduz-novas-geracoes-com-sexo-ficcao-e-hashtags/#respond Thu, 11 Feb 2016 21:04:47 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1829 A heroína Lightining, da série japonesa de ficção científica Final Fantasy, estrela campanha de verão 2016 da Louis Vuitton. O personagem foi criado por Hironobu Sakaguchi. Crédito: Divulgação
A heroína Lightining, da série japonesa de ficção científica Final Fantasy, estrela campanha de verão 2016 da Louis Vuitton. O personagem foi criado por Hironobu Sakaguchi. Crédito: Divulgação

Um ator pornô gay, uma “drag queen” do reality Ru Paul’s Drag Race, o cantor Justin Bieber, a heroína Lightning do game japonês Final Fantasy e uma geração inteira de filhos de celebridades se travestiram de tops profissionais nas novas peças publicitárias de moda que circularam no mês passado.

Mas o que querem marcas como Marc Jacobs, Vivienne Westwood, Calvin Klein e Louis Vuitton com os improváveis modelos? A resposta talvez esteja no pensamento da nova leva de consumidores de moda, quem as agências de propaganda chamaram de “millennials”.

Outro nome para “geração y”, os “millenials” são os nascidos a partir dos 1980 e que, em teoria, não seriam seduzidos por antigas fórmulas de marketing.

A drag queen Milk, personagem de Don Donigan, famosa por sua participação no reality "RuPaul's Drag Race". Ela é uma das celebridades que estampam a nova campanha da Marc Jacobs. Crédito: Divulgação
A drag queen Milk, famosa por sua participação no reality “RuPaul’s Drag Race”. Personagem de Don Donigan, ela é uma das celebridades que estampam a nova campanha da Marc Jacobs. Crédito: Divulgação
O ator pornô Colby Keller é estrela da grife Vivienne Westwood. Crédito: Divulgação
O ator pornô Colby Keller (à dir.) é estrela da nova campanha da grife Vivienne Westwood. Crédito: Divulgação

A solução encontrada para a falta de identificação dos jovens com tudo o que é “mainstream”, uma das premissas dessa geração, fez com que marcas consolidadas no olimpo do luxo procurassem nas bases desse novo pensamento de consumo as pessoas que poderiam representá-los.

Entender a escolha desses rostos significa compreender o que se passa na cabeça dos jovens.

A Box 1824 lançou em 2012 um vídeo explicativo sobre essa nova geração. Assista:

O sexo e as questões de gênero não são mais um tabu, toda forma de preconceito é rechaçada e não há mais arquétipos de perfeição idealizados pela geração X – nascidos entre 60 e 70 que tiveram de lidar com a formação de tribos, estereótipos e regras de conduta para homem e mulher.

Conectados o tempo todo nas mídias sociais, esses jovens, segundo a cartilha ‘millennial’, não são fiéis a nenhuma marca e buscam em seus amigos as respostas para questionamentos, velozmente compartilhadas, comentadas e curtidas.

Seus ídolos não seriam aqueles idealizados pela mídia, mas as pessoas comuns que conseguiram vencer barreiras impostas e conquistaram pequenos ganhos reais. O sucesso de projetos de financiamento coletivo é um exemplo da corrente.

GANGUE

É essa ideia de agrupamento em prol de uma causa que explica o conceito de “fashion gang” (gangue fashion), que tomou as redes sociais e as revistas de moda. Não há uma única pessoa que represente uma marca – ou a ideia embutida por trás da etiqueta e das coleções –, mas sim várias pessoas que tornam unânime a escolha por comprá-la.

Alguns estilistas mais antenados com esse movimento já formaram sua gangue. O italiano Riccardo Tisci, da Givenchy, tem na sua desde as popstars Beyoncé e Madonna até as celebridades virtuais Kim Kardashian e Kendall Jenner, que vestem, usam e comentam as roupas da grife francesa.

Campanhas como a da Calvin Klein, da Diesel e de tantas outras que usam vários rostos, conhecidos ou não, se justificam a partir desse conceito de esquadrão de combate.

O cantor Justin Bieber é um dos modelos da nova campanha da Calvin Klein. além dele, personagens das ruas e celebridades virtuais "explicam" o que fazem quando usam peças da marca. Crédito: Divulgação
O cantor Justin Bieber é um dos modelos da nova campanha da Calvin Klein. além dele, personagens das ruas e celebridades virtuais “explicam” o que fazem quando usam peças da marca. Crédito: Divulgação
Joe Jonas, do grupo Jonas Brothers, é um dos vários modelos da campanha de verão 2016 da Diesel. Na foto, ele diz: '
Joe Jonas, do grupo Jonas Brothers, é um dos vários modelos da campanha de verão 2016 da Diesel. Na foto, ele diz: ‘eu ganhei mais seguidores que a Diesel’. Conceitos de mídia digital permearam toda a campanha da marca italiana. Crédito: Divulgação

Na última segunda-feira (8), foi o estilista Alexander Wang quem criou a sua gangue. Prestes a desfilar na semana de moda de Nova York, que começou nesta quinta (11), ele lançou a conta @Wangsquad (esquadrão Wang), no Instagram, ponstando polaroids de gente conectada ao mundo da moda e da música. Na lista, o cantor Travis Scott e a filha de Cindy Crawford, Kaia Gerber.

QUESTÃO DE SANGUE

Gerber, com apenas 14 anos, é a estrela da campanha de moda infantil da Versace, a Young Versace. Assim como ela, outros filhos de pais famosos estão na receita de grifes de luxo.

Jadden Smith, 17, filho de Will Smith, aparece na nova campanha da Louis Vuitton com roupa de mulher – o estilo sem gênero faz parte do guarda-roupa do garoto; Tommy Lee, 18, caçula da atriz Pamela Anderson, é o rosto da campanha promocional do último desfile masculino da Saint Laurent; Zoe Kravitz, filha do cantor Lenny Kravitz, é uma das queridinhas da Coach.

A grife inglesa Burberry foi uma das primeiras a apostar nessa onda, há quatro anos, quando contratou o filho de Victoria e David Beckham, Romeo Beckham, para protagonizar uma de suas peças publicitárias.

Cantor, ator e dançarino, Jadden Smith (de jaqueta preta, à dir.), 17, apareceu na nova campanha da Louis Vuitton. Crédito: Divulgação
Cantor, ator e dançarino, Jadden Smith (de jaqueta preta, à dir.), 17, apareceu na nova campanha da Louis Vuitton. Crédito: Divulgação
Filha da supermodelo Cindy Crawford, Kaia Gerber é garota-propaganda da Young Versace. Crédito: Divulgação
Filha da supermodelo Cindy Crawford, Kaia Gerber é garota-propaganda da Young Versace. Crédito: Divulgação

Essas novas estrelas unem duas características essenciais para o sucesso da campanha. Primeiramente, são totalmente conectados. A maioria deles nem pertence mais à geração dita “Y”, mas sim à “Z”, nascidos a partir dos 1990 e chamados de “touch” – o termo tem a ver com a capacidade de, por exemplo, conseguir estar ligado em cinco telas diferentes ao mesmo tempo.

Outro fator decisivo, e ainda mais importante para as marcas, é a configuração genética. Esses garotos e garotas têm a seu favor o poder de influenciar a geração compradora que cresceu vendo os pais deles em filmes, desfiles e campanhas.

É como se as marcas reafirmassem o poder dos antigos rostos por meio de suas crias e, com isso, continuam a propagar o velho ideal de beleza jovem.

As campanhas podem ter mudado de formato, mas o propósito de vender a inveja, o hype e a fonte da juventude eterna permanece intocado.

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