Peça Únicacostura – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Análise: Pai do estilo espacial, André Courrèges ainda define moda contemporânea http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/01/08/analise-pai-da-moda-espacial-andre-courreges-ainda-define-moda-contemporanea/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/01/08/analise-pai-da-moda-espacial-andre-courreges-ainda-define-moda-contemporanea/#respond Fri, 08 Jan 2016 20:02:26 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1727 Se você usa minissaia, jaquetinha de vinil, roupas metálicas e um óculos tipo astronauta, deve muito do seu estilo ao estilista André Courrèges, 92, que morreu nesta quinta-feira (7), em sua casa nos arredores de Paris, após 30 anos de luta contra o mal de Parkinson.

Enquanto a moda olhava para baixo, com as saias quatro dedos abaixo dos joelhos herdadas do “new look” de Christian Dior, o francês nascido em Pau (sudoeste da França) olhava para as estrelas e antevia a corrida espacial iniciada em 1961, quando o soviético Iuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a viajar ao espaço.

Courrèges era um dos últimos grandes costureiros vivos do século 20 – ao lado de Hubert de Givenchy, 88, e Pierre Cardin, 93 – e o pai da moda espacial. A estética, fundada por ele em 1964 com a coleção Era Espacial, consistia numa moda futurista, com muito branco, minissaias em “A”, botas pesadas e o vinil como matéria-prima principal.

O estilista André Courrèges, em 1976. Ele está rodeado por modelos que trajam sua coleção de alta-costura. Crédito: AFP
O estilista André Courrèges, em 1976, rodeado por modelos que vestem sua coleção de alta-costura para o verão do mesmo ano. AFP

A minissaia, aliás, foi ele quem popularizou na Europa, apesar de ter sido a inglesa Mary Quant, 81, quem abriu espaço para as coxas das mulheres um ano antes do estilista.

Assim como Givenchy, ele aprimorou o talento para a costura na “maison” do espanhol Cristóbal Balenciaga (1895-1972. Do final dos anos 1940 até 1961, quando lançou sua grife homônima, conheceu e casou com sua mulher e parceira comercial, Coquéline Courrèges.

Foi com ela que fundou, após retirar-se da moda em 1994, a Courrèges Énergie, empresa especializada em criar carros não-poluentes que geriu até o fim de sua vida e com a qual dividiu seu tempo com as paixões pela pintura e pela escultura.

Arquitetar o futuro, seja pela moda ou pela tecnologia, foi o maior feito do estilista. É irônico, então, que André Courrèges morra quando estilistas como o francês Nicolas Ghesquière (da grife Louis Vuitton) e o belga Raf Simons (ex-Christian Dior) acabam de apresentar, na semana de moda de Paris, em outubro, coleções que tentam definir a moda do futuro.

Na mesma temporada de verão 2016 parisiense também ocorreu o primeiro desfile da nova fase da Courrèges, sem o “André” e já sob a batuta comercial dos empresários Frédéric Torloting e Jacques Bungert, que adquiriram a marca em 2011 após anos de ostracismo.

O que se viu na passarela dos estilistas Sébastien Meyer e Arnault Vaillanto foi a confirmação do quão importante e irretocável é o legado do estilista. Apenas 15 modelos de minissaias, jaquetas de vinil e botas curtas foram criados, ou melhor, recriados, pelos novos diretores criativos da marca.

Sem poder ser copiado, Courrèges segue definido a moda e o contexto do seu tempo.

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Peta fecha cerco a grifes e protestos marcam desfile de ‘alta pele’ da Fendi http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/09/peta-fecha-cerco-a-grifes-e-protestos-marcam-desfile-de-alta-pele-da-fendi/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/09/peta-fecha-cerco-a-grifes-e-protestos-marcam-desfile-de-alta-pele-da-fendi/#respond Thu, 09 Jul 2015 05:00:09 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1298 “Para mim o amor; para ele a morte.” A frase, estampada num carro manchado de tinta vermelha, acompanhava a foto do estilista Karl Lagerfeld abraçado à sua gata, Choupette, e a imagem de dois minks numa gaiola.

O animal, de pelo macio e um dos mais caros da indústria de peleteria, serviu como principal matéria-prima do primeiro desfile de alta-costura da grife italiana Fendi, que ocorreu na tarde desta quarta-feira (8), em Paris, sob protestos contra o uso de peles na moda.

Veja vídeo do protesto:

Enquanto as modelos desfilavam 36 looks pesados e longos criados por Lagerfeld, que com o desfile comemorou 50 anos à frente da direção criativa da marca, policiais e seguranças tiveram que conter ativistas a favor dos direitos dos animais que gritavam e empunhavam cartazes com o escrito “pare a tortura”.

Uma manifestante, vestida com uma roupa estampada de carne, foi levada à força da calçada do Théâtre des Champs-Élysées, onde rolou a apresentação que integra a semana francesa de alta-costura.

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“Os ativistas não têm motivos para estarem com tanta raiva, porque há menos e menos [peles no mercado] e elas estão ficando mais e mais caras”, disse Lagerfeld em entrevista publicada no site WWD antes do desfile. Já era esperado uma reação dos órgãos que atuam na defesa dos bichos.

A ONG americana Peta emitiu um comunicado condenando a apresentação da Fendi e taxando-a de “haute horreur” (alto terror) após Lagerfeld anunciar à imprensa, em fevereiro deste ano, que o desfile poderia ser chamado de um show de “haute forrure” (alta pele). O trocadilho se refere ao termo “haute couture”, alta-costura em francês.

Em entrevista recente à Folha, a empresária Silvia Fendi, dona da marca e parceira de Lagerfeld na criação das roupas da grife, também defendeu o uso de peles na moda. “Respeito quem não usa. Mas, sinceramente, não vejo diferença entre comer carne e usar pele de animal”, disse Fendi.

Mais: Fendi foi pioneira ao usar pedaço de animal em bolsa

O desfile de prêt-à-porter feminino da marca, realizado na última semana de moda de Milão, em março, também exibiu uma ampla oferta de casacos de raposa e mink. As peles de bichos, vale lembrar, foram apostas das principais marcas que desfilaram na temporada internacional de inverno 2016.

Mais: Instinto animal e peles guiam coleções na semana de moda de Paris

O cerco do Peta a grifes de moda começou dias antes do desfile de alta-costura da Fendi. No início da semana de moda de Berlim, nesta terça-feira (7), manifestantes posaram sem roupa em frente ao Portão de Brademburgo para passar a mensagem que preferem ficar nuas a usar, por exemplo, uma peça de couro, pele ou lã.

Manifestantes protestam em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, contra o uso de peles na moda. O ato ocorreu no início da semana de moda de Berlim, na terça-feira (7). Crédito: Bernd von Jutrzenka/Efe
Manifestantes protestam em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, contra o uso de peles na moda. O ato ocorreu no início da semana de moda de Berlim, na terça-feira (7). Crédito: Bernd von Jutrzenka/Efe

Em junho, a organização publicou um vídeo que mostrava fazendas de couro de crocodilo no Zimbábue e no Texas (Estados Unidos) em situação irregular.

Os animais viviam em condições precárias e eram mal tratados pelos donos, que supostamente vendiam as peças de couro bruto para a grife Hermès, símbolo do “handmade” e do estilo clássico da moda francesa.

(ALERTA: IMAGENS FORTES) 

Veja o documentário feito por dois membros do Peta infiltrados em fazendas de crocodilos dos EUA e do Zimbábue:

A matéria-prima animal serve para a confecção de bolsas e acessórios da marca. Uma bolsa Kelly, uma das mais emblemáticas do portfolio da etiqueta, pode custar até R$ 40 mil.

Em comunicado, reproduzido na íntegra no site do jornal americano “The New York Times”, a Hermès disse apenas que mantém o controle sobre as fazendas de animais que fornecem o couro usado em seus produtos e que penalizará aquelas que não cumprirem as regras estabelecidas em contrato.

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