Peça Únicafashion – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A nova “ilusão perfeita” de Lady Gaga http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/a-nova-ilusao-perfeita-de-lady-gaga/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/a-nova-ilusao-perfeita-de-lady-gaga/#respond Thu, 22 Sep 2016 19:25:25 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/gaga-illusion-180x100.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2232 “Little Monsters” em polvorosa. O clipe da nova música da popstar Lady Gaga, “Perfect Illusion”, foi lançado na quarta-feira (21) para divulgar seu quinto álbum, “Joanne”. O disco leva o segundo nome de Stefani Joanne Angelina Germanotta, personagem impresso na certidão de nascimento da americana, e sairá no dia 21 de outubro.

As músicas são produzidas por vários amigos de Gaga, entre eles Mark Ronson, produtor dos discos de Amy Winehouse, e Nadir Khayat, autointitulado RedOne e escultor de “Bad Romance” e “Just Dance”, singles da mesma “Mother Monster”, como a cantora é conhecida entre os fãs.

Veja o clipe de “Perfect Illusion”:

“Monstrices”, porém, ficaram no passado. O clipe é dirigido pela fotógrafa de moda Ruth Rogben e soa como ponto de virada na carreira da mulher que, entra álbum sai álbum, remexe os padrões imagéticos da cultura pop –feito que só Madonna conseguia realizar desde que surgiu na turnê “Blond Ambition” (1990) com um sutiã cônico de Jean Paul Gaultier.

Neste novo trabalho, não faltaram comparações com as décadas marcadas pelos excessos na vestimenta e na agressividade melódica do rock. Soa ultrapassado? Não é o que acha metade dos estilistas e das marcas internacionais que, neste início de temporada internacional, reacenderam o glitter e espírito roqueiro na passarela para trazer o estilo “street” e glamoroso dos anos 1980 e 1990 de volta à ribalta. O rock está na moda.

Há 25 anos era lançada “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana. O punk, grande referência das últimas coleções de grifes de luxo, fará 40 anos em 2017. “Guns’n Roses está de volta (perceberam o shortinho do tipo Axl Rose que ela usa?). Nada é por acaso quando se trata da cantora mais alinhada ao marketing da indústria do entretenimento.

Gaga dá verniz roqueiro à estética pop e faz uma homenagem aos Estados Unidos.

Sem descambar na óbvia bandeira americana estampada na roupa, a cantora equaciona pedaços do seu país natal neste clipe. O deserto californiano, o estilo Coachella revisitado e a enxurrada de marcas americanas –desta vez, só dá elas–, modelam a ilusão de que a cantora fala.

O estilista Brandon Maxwell, um dos protegidos da primeira-dama americana Michelle Obama, é quem constrói a nova imagem da cantora. A blusa “podrinha” é American Apparel, os shorts jeans são Levi’s, as botas são Rag And Bone, os óculos são Persol. Ou seja, não são só o clipe e a canção os elementos palatáveis dessa nova fase.

Diferentemente do seu armário de antigamente, o figurino de hoje pode ser usado e comprado por qualquer um. Nem de longe a cantora lembra a modelo não-oficial do estilista Alexander McQueen (1969-2010) que chocou a indústria nos tempos de “The Fame Monster” (2009), álbum mais rentável de sua carreira.

Movida por um radar apontado para o futuro mas com a memória de um passado recente, a estética “Joanne” de Lady Gaga provavelmente não chegará a ter o impacto da “Lemonade” de Beyoncé, mas entregará o que sua criadora faz melhor: “ilusões” bem engendradas, quase perfeitas.

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Análise: Bill Cunningham (1929-2016) inaugurou máquina do ‘streetstyle’ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/06/27/analise-bill-cunninghan-1929-2016-inaugurou-maquina-do-streetstyle/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/06/27/analise-bill-cunninghan-1929-2016-inaugurou-maquina-do-streetstyle/#respond Tue, 28 Jun 2016 02:19:10 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/06/bill-180x120.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2093 Se hoje a fotografia de ‘streetstyle’ (estilo de rua) é uma máquina de fazer dinheiro para grifes, que pagam para a celebridade, a blogueira ou qualquer pessoa com alguns milhares de seguidores no Instagram vestirem suas roupas em eventos, é porque o americano Bill Cunningham, morto no último sábado (25), aos 87 anos, abriu precedente para a rua virar passarela.

Numa leitura histórica, até os 1960 eram os estilistas quem davam o aval para, por exemplo, o vermelho ser a cor da temporada. Foi a partir das séries de imagens produzidas pelo fotógrafo que pessoas comuns, no caso, os nova-iorquinos, passaram a ter voz ativa sobre o estilo que deveria ser adotado.

Seu olhar antropológico sobre a vestimenta dos moradores da cidade se transformou numa assinatura de sucesso ou de fracasso para as tendências propagadas pela indústria. Mais além, serviram de guia para as próprias marcas identificarem rumos possíveis para o varejo.

Reprodução de uma coluna 'On The Street', de Bill Cunningham, publicada em 2011 pelo jornal "The New York Times". Crédito: The New York Times Company/Reprodução
Reprodução de uma coluna ‘On The Street’, de Bill Cunningham, publicada em 2011 pelo jornal “The New York Times”. Crédito: The New York Times Company/Reprodução

É justo que tenham lhe dado o título de “lenda viva” de Nova York. É dele, e de parte da geração de estilistas “importados” da Europa que fizeram fama nos EUA, como Diane Von Furstenberg e Oscar de La Renta (1932-2014), a responsabilidade por tornar os habitantes de Manhattan modelos de elegância e ufanismo fashion.

A fórmula do colunista do “The New York Times” sempre foi o estímulo constante da visão periférica. Mesmo quando cobria as semanas de moda, seu objeto de estudo não eram os profissionais que transitavam pelos desfiles –apesar das tentativas de alguns deles.

Há dois anos, na porta de um desfile do estilista Michael Kors, em Nova York, lembro de uma convidada chamar a atenção das câmeras dos smartphones. Empacotada em roupas grossas de alfaiataria, próprias para aquele frio de -10ºC, ela passou três vezes por Cunningham, pronta para o clique certo que lhe renderia alguma fama.

Ele, com um meio sorriso, olhava para uma parede. Encostada nela, uma garota assitia ao burburinho enquanto amarrava os cadarços dos tênis brancos e sujos de lama combinados com uma saia xadrez vermelha e um casaco amarelo. Clique.

Foi essa sensibilidade para o inusitado, não necessariamente bonito, que rendeu fama ao fotógrafo. O pouco apreço pelos enquadramentos simétricos e pelas luzes cinematográficas, mandamentos dos blogs de “streetstyle”, imprimiram crueza jornalística nas imagens.

Série de 'streetstyle' do fotógrafo holandês Hans Eijikelboom. As imagens foram feitas em 2006, na cidade de Arnhem, Holanda. Crédito: Divulgação
Série de ‘streetstyle’ do fotógrafo holandês Hans Eijkelboom. As imagens foram feitas em 2006, na cidade de Arnhem, Holanda. Crédito: Divulgação

Próximo ao estilo de Cunningham está o do holandês Hans Eijkelboom, 63, que também se destacou pelo “olhar estrangeiro”, oposto à lógica narcisista da indústria.

Num mercado movido por cifras polpudas como é o da fotografia publicitária, o patriarca do ‘streetstyle’ não se rendeu às ofertas de grifes em busca de registros na coluna ‘On The Street’. Na obra de Cunningham não houve espaço para maquiagem e referências à estética comercial, mas sim para um retrato contundente da personalidade humana, a verdadeira essência da moda.

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Três apostas de Paris, do luxo ao ‘fast-fashion’ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/06/tres-apostas-de-paris-do-luxo-ao-fast-fashion/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/06/tres-apostas-de-paris-do-luxo-ao-fast-fashion/#respond Sun, 06 Mar 2016 14:22:33 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1965 As lojas e as grifes, como é de praxe durante a temporada de moda em Paris, reservam um espaço privilegiado para suas apostas. Do alto luxo à roupa barata, as pessoas de passagem pela cidade procuram as novidades que já se firmaram nas araras e as recém-saídas dos croquis.

Numa volta pela cidade, encontramos três “itens desejo”, para citar o jargão da moda, que fazem brilhar os olhos dos garimpeiros de estilo.

 

Coleção “Blossom”, da Louis Vuitton

Coleção "Blossom", da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress
Joias da coleção “Blossom”, da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

O monograma da Louis Vuitton talvez seja a marca mais conhecida tanto por quem gosta quanto por quem não se interessa por itens de luxo. O LV cruzado e as pequenas flores estampadas nas bolsas da grife são as primeiras imagens que surgem na cabeça dos chamados “entrantes” do luxo, termo usado no mercado para definir quem está começando a consumir produtos de grife.

Certa da fama do monograma criado em 1896 por Georges Vuitton, a marca lançou, numa apresentação na Place Vendôme, a nova linha da coleção “Blossom”.

São colares, relógios e pulseiras de ouro cravejados de pedras preciosas que levam os detalhes de sua estampa mais famosa.

O “pequeno poder” custa caro. Um colar todo preenchido com pingentes em formato de flores pode custar US$ 25.000 (ou R$ 100.000). Há peças mais baratas, mas não espere gastar menos de quatro dígitos. E em euro.

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Perfumes Le Labo, na Colette

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Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

Em época de temporada de moda, a loja mais lotada de Paris é a Colette. No coração da rua Saint Honoré, o endereço é parada de hipsters, fashionistas, ricos do 16º arrondissement (bairro de endinheirados parisienses) e gente que gosta de trecos com assinatura.

Entre peças de decoração estampadas com pinturas de Jean-Michel Basquiat (1960-1988), coleções-cápsula de estilistas desconhecidos e as últimas criações de marcas como Valentino, Dior e Thom Browne, uma mesa de perfumes se destaca.

Os frascos da Le Labo, marca nova-iorquina de fragrâncias puras, custam 205 euros cada, quase R$ 1.000 se contabilizado o IOF do cartão de crédito, mas são joias concorridas.

O interessante desses perfumes é que são feitos de essência bruta, não há a mistura de notas característica dos perfumes de grife. São dezenas de opções, como sândalo, vetiver, bergamota e anis, sempre misturadas apenas com álcool.

Se o bolso não permitir o luxo, pelo menos dá para sentir cada nota perfumada nos testadores. Assim, você saberá qual cheiro agrada mais o olfato e, quando passar pelo “free shop” do aeroporto, pode procurar opções mais em conta que tenham a essência na composição.

Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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Roupa “longline”, na H&M

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Look ‘longline’ masculino à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

A moda pegou entre os homens. O que muita gente achava ser tendência passageira e coisa de fashionista tomou as ruas, pelo menos as da Europa. A camisa longa, a chamada “longline”, chegou ao “fast-fashion” com tanta força que a rede sueca H&M dedica quase metade das araras masculinas a essas roupas enormes.

Moletons, camisas e blusas longas são vendidos a menos de 10 euros (em média, R$ 50), em todas os pontos da rede de moda popular. A marca de fast fashion é a preferida entre os jovens europeus e americanos, e todo turista entra num dos endereços espalhados pela cidade em busca das promoções.

Há quem diga que foi o cantor Justin Bieber o responsável por massificar esses vestidões de malha, geralmente combinados com calça colada e jaqueta curta sobreposta.

Mas é bom ficar atento às proporções do corpo. A peça encurta a silhueta, cortando-a no meio das coxas, e pode fazer os baixinhos ficarem ainda mais baixos. Se for o caso, prefira os modelos não tão longos quanto esses das fotos e tente combinar a cor da calça com a da blusa. O look monocromático ajuda a alongar a silhueta.

Peças 'longline' masculinas à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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Semana de moda de Paris começa com militarismo festivo e viés político http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/03/semana-de-moda-de-paris-comeca-com-militarismo-festivo-e-vies-politico/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/03/semana-de-moda-de-paris-comeca-com-militarismo-festivo-e-vies-politico/#respond Thu, 03 Mar 2016 23:32:12 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1947 A festa militar proposta pela coleção do britânico John Galliano na passarela da grife Maison Margiela, que desfilou nesta quinta-feira (3), no terceiro dia da temporada de inverno 2017 da semana de moda de Paris, traduz o espírito dessa edição do evento.

A equação de clima disco, com muito lurex e tecidos metalizados, somado à austeridade do uniforme de guerra conduzem a coleção de extremos da marca.

Modelo desfila look de outono-inverno 2017 da Maison Margiela, em Paris. Crédito: Reprodução Instagram @maisonmargiela
Modelo desfila look de outono-inverno 2017 da Maison Margiela, em Paris. Crédito: Reprodução Instagram @maisonmargiela

Insígnias estampadas nos casacos e peças em tons de folhas secas, comuns ao look camuflado, se misturam às saias fendadas envoltas com displicência na cintura e às estampas de cartoon. Realidade versus ficção, Galliano lembra, é um dos nortes desta temporada.

Os designers exploram as interseções entre o decorativismo e a rigidez da alfaiataria em looks ora monocromáticos, ora rasgados de cor.

As características das silhuetas dos anos 1930 e 1940, do pré ao pós-guerra, ilustram a maioria das proporções desfiladas. O belga Dries Van Noten, herdeiro da coroa autoral da semana de Paris, foi contaminado pelo clima sombrio que cerca a cidade desde os atentados de 13 de novembro, quando terroristas em ataque coordenado mataram 129 pessoas em bares e na casa de show Bataclan.

A extravagância de tempos atrás foi mesclada ao look “decadência com elegância”, com maquiagem borrada e várias peças “animal print”. Os looks coloridos e com estampas “op art” que conduziram as últimas coleções de Noten deram lugar a terninhos e gravatas estruturados.

Look da coleção de inverno 2017 de Dries Van Noten, apresentado na semana de moda de Paris. Crédito: Reprodução Instagram/@driesvannoten
Look da coleção de inverno 2017 de Dries Van Noten, apresentado na semana de moda de Paris. Crédito: Reprodução Instagram/@driesvannoten

Os respiros de moda urbana e jovem são da grife Vêtements, que fechou o dia de desfiles nesta quinta-feira com uma coleção que flerta com os gritos de ordem das ruas. “Talvez as pontes que queimei iluminem o caminho”, diz um escrito aplicado num moletom com ombreiras.

Paz é o que pede o coletivo de estilistas da Vêtements, marca liderada pelo alemão Deman Gvasalia, indicado como novo estilista da tradicional grife Balenciaga. A grife mais incensada da ala “cool” do calendário parisiense aliou peças esportivas com a estrutura da alfaiataria.

Num dos looks mais polêmicos da coleção, a marca cobriu uma modelo com um vestido de moletom, similar a um chador muçulmano, com escrito “fantasias sexuais” estampado na perna.

Álbum de Paris

O designer de chapéus Reinhard Plank. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
O designer de chapéus Reinhard Plank. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Em oposição às mensagens de ordem e ao viés político camuflado nas apresentações, Paris tenta estimular os sentidos dos fashionistas com festinhas e vernissages regadas a chamapanhe. Logo no segundo dia da temporada, a Galerie Joyce, no Palais Royal, abrigou uma performance do artesão de chapéus Reinhard Plank.

Chapéus do designer italiano Reinhard Plank em exibição na Galerie Joyce, durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Chapéus do designer italiano Reinhard Plank em exibição na Galerie Joyce, durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

As peças, produzidas ao vivo pelo designer italiano, são confeccionadas à mão e em formas tradicionais, mas coloridas com tons vivos e remodeladas em linhas assimétricas. Os modernos misturam as peças do estilista às combinações de roupas “street”, padrão que é quase uniforme da juventude parisiense.

Performance do italiano Reinhard Plank no segundo dia da semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Performance do italiano Reinhard Plank no segundo dia da semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Na mesma quarta-feira (2), a tradicional loja multimarcas “Le Bon Marché” abriu as portas de sua nova exposição. Em cartaz até abril, “Iris in Paris” expõe dez looks da fashionista mais prestigiada de Nova York, a designer de interiores Iris Apfel, 94.

Vitrine da mostra "Iris in Paris", em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Vitrine da mostra “Iris in Paris”, em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Mesmo com os movimentos e a acuidade visual prejudicada pela idade, o que lhe rendeu uma de suas marcas registradas, o grande óculos grosso de armação preta, Apfel recebeu com presunto de parma e garrafas de uísque os convidados da festa.

Vitrine da mostra "Iris in Paris", em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Vitrine da mostra “Iris in Paris”, em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Nas vitrines da mostra, parte do acervo colorido e maximalista da nova-iorquina foi montado em combinações criadas por ela mesma para encarar dias de frio em Paris.

Convidados da mostra "Iris in Paris", em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Convidados da mostra “Iris in Paris”, em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

*** A Folha começa hoje a cobertura do outono-inverno 2017 da semana de moda de Paris. Acompanhe o que acontece na temporada parisiense no site da “Ilustrada” (folha.com/ilustrada), no blog “Peça Única” (folha.com/pecaunica) e a conta do Instagram @ilustradanamoda. As imagens são da dupla de fotógrafos Paulo Troya e Reno Teles, que está em Paris com a reportagem para acompanhar a movimentação em torno da temporada. ***

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Campanhas de moda seduzem novas gerações com sexo, ficção e hashtags http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/moda-seduz-novas-geracoes-com-sexo-ficcao-e-hashtags/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/moda-seduz-novas-geracoes-com-sexo-ficcao-e-hashtags/#respond Thu, 11 Feb 2016 21:04:47 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1829 A heroína Lightining, da série japonesa de ficção científica Final Fantasy, estrela campanha de verão 2016 da Louis Vuitton. O personagem foi criado por Hironobu Sakaguchi. Crédito: Divulgação
A heroína Lightining, da série japonesa de ficção científica Final Fantasy, estrela campanha de verão 2016 da Louis Vuitton. O personagem foi criado por Hironobu Sakaguchi. Crédito: Divulgação

Um ator pornô gay, uma “drag queen” do reality Ru Paul’s Drag Race, o cantor Justin Bieber, a heroína Lightning do game japonês Final Fantasy e uma geração inteira de filhos de celebridades se travestiram de tops profissionais nas novas peças publicitárias de moda que circularam no mês passado.

Mas o que querem marcas como Marc Jacobs, Vivienne Westwood, Calvin Klein e Louis Vuitton com os improváveis modelos? A resposta talvez esteja no pensamento da nova leva de consumidores de moda, quem as agências de propaganda chamaram de “millennials”.

Outro nome para “geração y”, os “millenials” são os nascidos a partir dos 1980 e que, em teoria, não seriam seduzidos por antigas fórmulas de marketing.

A drag queen Milk, personagem de Don Donigan, famosa por sua participação no reality "RuPaul's Drag Race". Ela é uma das celebridades que estampam a nova campanha da Marc Jacobs. Crédito: Divulgação
A drag queen Milk, famosa por sua participação no reality “RuPaul’s Drag Race”. Personagem de Don Donigan, ela é uma das celebridades que estampam a nova campanha da Marc Jacobs. Crédito: Divulgação
O ator pornô Colby Keller é estrela da grife Vivienne Westwood. Crédito: Divulgação
O ator pornô Colby Keller (à dir.) é estrela da nova campanha da grife Vivienne Westwood. Crédito: Divulgação

A solução encontrada para a falta de identificação dos jovens com tudo o que é “mainstream”, uma das premissas dessa geração, fez com que marcas consolidadas no olimpo do luxo procurassem nas bases desse novo pensamento de consumo as pessoas que poderiam representá-los.

Entender a escolha desses rostos significa compreender o que se passa na cabeça dos jovens.

A Box 1824 lançou em 2012 um vídeo explicativo sobre essa nova geração. Assista:

O sexo e as questões de gênero não são mais um tabu, toda forma de preconceito é rechaçada e não há mais arquétipos de perfeição idealizados pela geração X – nascidos entre 60 e 70 que tiveram de lidar com a formação de tribos, estereótipos e regras de conduta para homem e mulher.

Conectados o tempo todo nas mídias sociais, esses jovens, segundo a cartilha ‘millennial’, não são fiéis a nenhuma marca e buscam em seus amigos as respostas para questionamentos, velozmente compartilhadas, comentadas e curtidas.

Seus ídolos não seriam aqueles idealizados pela mídia, mas as pessoas comuns que conseguiram vencer barreiras impostas e conquistaram pequenos ganhos reais. O sucesso de projetos de financiamento coletivo é um exemplo da corrente.

GANGUE

É essa ideia de agrupamento em prol de uma causa que explica o conceito de “fashion gang” (gangue fashion), que tomou as redes sociais e as revistas de moda. Não há uma única pessoa que represente uma marca – ou a ideia embutida por trás da etiqueta e das coleções –, mas sim várias pessoas que tornam unânime a escolha por comprá-la.

Alguns estilistas mais antenados com esse movimento já formaram sua gangue. O italiano Riccardo Tisci, da Givenchy, tem na sua desde as popstars Beyoncé e Madonna até as celebridades virtuais Kim Kardashian e Kendall Jenner, que vestem, usam e comentam as roupas da grife francesa.

Campanhas como a da Calvin Klein, da Diesel e de tantas outras que usam vários rostos, conhecidos ou não, se justificam a partir desse conceito de esquadrão de combate.

O cantor Justin Bieber é um dos modelos da nova campanha da Calvin Klein. além dele, personagens das ruas e celebridades virtuais "explicam" o que fazem quando usam peças da marca. Crédito: Divulgação
O cantor Justin Bieber é um dos modelos da nova campanha da Calvin Klein. além dele, personagens das ruas e celebridades virtuais “explicam” o que fazem quando usam peças da marca. Crédito: Divulgação
Joe Jonas, do grupo Jonas Brothers, é um dos vários modelos da campanha de verão 2016 da Diesel. Na foto, ele diz: '
Joe Jonas, do grupo Jonas Brothers, é um dos vários modelos da campanha de verão 2016 da Diesel. Na foto, ele diz: ‘eu ganhei mais seguidores que a Diesel’. Conceitos de mídia digital permearam toda a campanha da marca italiana. Crédito: Divulgação

Na última segunda-feira (8), foi o estilista Alexander Wang quem criou a sua gangue. Prestes a desfilar na semana de moda de Nova York, que começou nesta quinta (11), ele lançou a conta @Wangsquad (esquadrão Wang), no Instagram, ponstando polaroids de gente conectada ao mundo da moda e da música. Na lista, o cantor Travis Scott e a filha de Cindy Crawford, Kaia Gerber.

QUESTÃO DE SANGUE

Gerber, com apenas 14 anos, é a estrela da campanha de moda infantil da Versace, a Young Versace. Assim como ela, outros filhos de pais famosos estão na receita de grifes de luxo.

Jadden Smith, 17, filho de Will Smith, aparece na nova campanha da Louis Vuitton com roupa de mulher – o estilo sem gênero faz parte do guarda-roupa do garoto; Tommy Lee, 18, caçula da atriz Pamela Anderson, é o rosto da campanha promocional do último desfile masculino da Saint Laurent; Zoe Kravitz, filha do cantor Lenny Kravitz, é uma das queridinhas da Coach.

A grife inglesa Burberry foi uma das primeiras a apostar nessa onda, há quatro anos, quando contratou o filho de Victoria e David Beckham, Romeo Beckham, para protagonizar uma de suas peças publicitárias.

Cantor, ator e dançarino, Jadden Smith (de jaqueta preta, à dir.), 17, apareceu na nova campanha da Louis Vuitton. Crédito: Divulgação
Cantor, ator e dançarino, Jadden Smith (de jaqueta preta, à dir.), 17, apareceu na nova campanha da Louis Vuitton. Crédito: Divulgação
Filha da supermodelo Cindy Crawford, Kaia Gerber é garota-propaganda da Young Versace. Crédito: Divulgação
Filha da supermodelo Cindy Crawford, Kaia Gerber é garota-propaganda da Young Versace. Crédito: Divulgação

Essas novas estrelas unem duas características essenciais para o sucesso da campanha. Primeiramente, são totalmente conectados. A maioria deles nem pertence mais à geração dita “Y”, mas sim à “Z”, nascidos a partir dos 1990 e chamados de “touch” – o termo tem a ver com a capacidade de, por exemplo, conseguir estar ligado em cinco telas diferentes ao mesmo tempo.

Outro fator decisivo, e ainda mais importante para as marcas, é a configuração genética. Esses garotos e garotas têm a seu favor o poder de influenciar a geração compradora que cresceu vendo os pais deles em filmes, desfiles e campanhas.

É como se as marcas reafirmassem o poder dos antigos rostos por meio de suas crias e, com isso, continuam a propagar o velho ideal de beleza jovem.

As campanhas podem ter mudado de formato, mas o propósito de vender a inveja, o hype e a fonte da juventude eterna permanece intocado.

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De roupa indígena a fone de ouvido, grifes fazem de 2015 o ano da cópia http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/12/16/de-roupa-indigena-a-fone-de-ouvido-grifes-fazem-de-2015-o-ano-da-copia/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/12/16/de-roupa-indigena-a-fone-de-ouvido-grifes-fazem-de-2015-o-ano-da-copia/#respond Wed, 16 Dec 2015 21:21:14 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg true http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1592 Mais uma vez a questão do plágio, da cópia e da inspiração é assunto no mundo da moda. A grife francesa Chanel foi forçada a admitir, na semana passada, ter usado peças de uma desconhecida estilista escocesa para produzir a última coleção “Métier’s d’Art”, apresentada em 1º de dezembro num estúdio da Cinecittà, em Roma (Itália), sem autorização da designer.

No desfile, elogiado pela crítica especializada e que tem como objetivo valorizar o trabalho artesanal das empresas mantidas pela Chanel, modelos mostraram suéteres de malha estampados com padrões típicos de Fair Ilsle, nas ilhas Shetland, onde está localizado o ateliê da pequena malharia.

Veja o desfile Paris in Rome 2015/2016, do projeto Métier’s d’Art da Chanel:

Não tardou até a estilista britânica Mati Ventrillon reivindicar a autoria das peças por meio das redes sociais. Em uma postagem na rede social Facebook, Ventrillon contou que dois estilistas da equipe de Karl Lagerfeld visitaram sua loja meses antes do desfile e levaram peças para pesquisa. Ela lhes vendeu com a condição de que não seriam usadas na coleção.

Modelos vestem malharia copiada de peças da estilista escocesa Matti Ventrillon. Youssef Boudlal/Reuters
Modelos vestem malharia da Chanel, copiada de peças da estilista escocesa Matti Ventrillon, no desfile Métiers d’Art 2015/2016; a apresentação ocorreu no estúdio 5 da Cinecittá, em Roma (Itália). Youssef Boudlal/Reuters
Peça da escocesa Mati Ventrillon com padrões característicos das ilhas Shetland. Reprodução
Peça da escocesa Mati Ventrillon com padrões característicos de Fair Isle, nas ilhas Shetland. Facebook Mati Ventrillon/Reprodução

O furdunço virtual causado pela acusação de plágio levou a Chanel a se retratar publicamente, dizendo que houve “uma falha na comunicação entre as equipes”, e afirmar que dará o crédito “Matti Ventrillon Design” no trabalho de comunicação da Métiers d’Art 2015.

Em um texto publicado no canal oficial da Chanel, a grife diz que “as malhas feitas por Mati Ventrillon refletem essa herança [de Fair Isle] que relembra os tempos em que os habitantes da ilha navegavam o mundo, entre América e Europa, enquanto em casa, suas mulheres passavam horas inventando novos e ainda mais padrões originais”.

A atitude da grife em reconhecer a cópia dos modelos de Mati Ventrillon foi justa e, principalmente, inteligente. Além de mostrar preocupação em dar crédito aos pequenos produtores de moda, a grife se safou de uma encrenca maior, como a que a estilista francesa Isabel Marant se meteu.

O lançamento de uma blusa estampada com motivos tribais da Isabel Marant Étoile (segunda grife da estilista), no ano passado, deixou irritada a marca francesa Antik Batik, que abriu um processo judicial  contra a etiqueta alegando plágio de uma das estampas usadas na coleção de primavera-verão 2015.

No texto de defesa, a grife Isabel Marant afirma que não copiou a conterrânea pelo fato de  a estampa ter sido “inspirada” numa pintura de 600 anos da tribo Mixe de Santa Maria Tlahuitoltepec, localizada na região de Oaxaca, no México.

Peça de Isabel Marant que teria sido "copiada" de desenhos ancestrais da tribo mexicana Mixe de Oaxaca. A blusa não está mais disponível para compra no site Net-a-Porter, que a vendia por quase R$1 mil. Reprodução
Peça de Isabel Marant que teria sido “copiada” de desenhos ancestrais da tribo mexicana Mixe, de Oaxaca. A blusa não está mais disponível para compra no site Net-a-Porter, que a vendia por quase R$1 mil. Net-a-porter/Reprodução
Mulher da tribo indígena mixe usa blusa com bordado original de Santa María Tlahuitoltepec, em Oaxaca, no México. EF-Félix Reyes Matías/Efe
Mulher da tribo indígena mixe usa blusa com bordado original de Santa María Tlahuitoltepec, em Oaxaca, no México. EF-Félix Reyes Matías/Efe

Findado o processo entre as duas marcas, membros da comunidade de artesãos da cidade mexicana acusaram as francesas de tentar roubar os direitos de uso dos padrões. Em junho, segundo jornais locais, o governo francês teria enviado um documento para a prefeitura de Santa Marica Tlahuitoltepec pedindo que as artesãs locais parassem de usar as padronagens em suas peças, alegando que Marant teria conseguido patentear os desenhos.

A estilista negou o pedido de patente e o prefeito que teria recebido a notificação desmentiu a notícia. Não foi suficiente e tanto a Antik Batik, que saiu à francesa e não comentou mais o assunto, quanto a Isabel Marant foram alvo de críticas furiosas. O site Revolución 3.0 tem um artigo completo sobre o assunto.

A diferença entre o caso Chanel e o das grifes Antik Batik e Isabel Marant Étoile é o tratamento dado aos artistas que originaram as coleções. O descaso inicial das duas últimas com a herança estética do povo indígena vai de encontro à política da moda em dar o crédito às inspirações, mesmo que elas estejam sob domínio público, como é o caso dos desenhos mexicanos.

Quando percebeu o erro, a Chanel prontamente pediu desculpas a Mati Ventrillon pelo mal entendido, mesmo que a estilista ainda tenha subsídio para acionar judicialmente a empresa e pedir indenização pela inquestionável similaridade entre as roupas.

TERRA SEM LEI

Mesmo que pense em ir a juízo, Matti Ventrillon terá de lidar com a complicada relação entre a moda e a cópia. É que não existe no mundo uma legislação específica que proteja os direitos de criações de moda. Afinal, calça, blusa, vestido, camiseta, calcinha, sutiã, cueca… tudo relacionado à funcionalidade da roupa já teria sido criado aos olhos da justiça. O que pode ser patenteado, no entanto, são as estampas, as cores e as padronagens, com legislações diferentes para cada país onde o pedido é feito.

Para fugir de acusações de plágio, muitas grifes, estilistas e redes varejistas costumam definir as semelhanças como “inspirações”. Na moda, convencionou-se usar o termo “inspired” para toda peça similar a uma outra já criada. Em 2013, após os donos das grifes Reserva e Osklen trocarem ofensas em suas contas no Instagram por causa do assunto, o debate voltou à tona no país.

O imbróglio sobre direitos autorais na moda pode durar anos e, geralmente, quem se sente lesado sai perdendo. O designer Christian Louboutin acionou a justiça, em 2010, para pedir indenizações da marca francesa Yves Saint Laurent  e da brasileira Carmen Steffens. O motivo? Ambas teriam usado em suas peças o famoso solado vermelho dos sapatos Louboutin. O designer de sapatos perdeu a causa após longa disputa judicial.

Relembre o caso na entrevista que Chrisitan Louboutin concedeu à “Serafina”.

Quem também saiu perdendo nesse tipo de disputa foi a artista plástica colombiana Adriana Duque. Ela acusou a grife Dolce & Gabbana de plagiar fones de ouvido de sua autoria para usá-los como adorno no desfile de inverno 2016 da marca, realizado na semana de moda de Milão, em março deste ano.

As peças, cravejadas de pérolas e pedrarias luxosas, remetem ao barroco europeu que Duque explorou em suas séries de fotos Iconos e Iconos II. As fotos da artista retratam crianças em poses, roupas e situações “inspiradas” em quadros do século 16.

Quadro da série "Iconos" da artista colombiana Adriana Duque. Divulgação Zipper Galeria
Quadro da série “Iconos” da artista colombiana Adriana Duque. Divulgação Zipper Galeria
Modelo desfila fone de ouvido barroco, similar ao de Adriana Duque, na passarela de inverno 2016 da grife Dolce & Gabbana, durante a semana de moda de Milão, em março. Filippo Monteforte/France Presse
Modelo desfila fone de ouvido barroco, similar ao de Adriana Duque, na passarela de inverno 2016 da grife Dolce & Gabbana, durante a semana de moda de Milão, em março. Filippo Monteforte/France Presse

Entre o dito pelo não dito, 2015 foi um dos anos mais “inspired” para a moda.

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SPFW volta ao Ibirapuera, implementa marcas e terá corrida fashionista http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/09/26/spfw-volta-ao-ibirapuera-implementa-marcas-e-tera-corrida-fashionista/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/09/26/spfw-volta-ao-ibirapuera-implementa-marcas-e-tera-corrida-fashionista/#respond Sat, 26 Sep 2015 05:00:44 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1552 A São Paulo Fashion Week comemorará 20 anos numa corrida contra o tempo. Correrá para garantir que mesmo a crise nas vendas do varejo não abalem a aderência das grifes à semana de moda (desfile custa caro), correrá para manter a relevância do formato (o Instagram é, hoje, a maior plataforma de lançamentos de roupas) e correrá, também, para entrar em forma.

É simbólico que o evento de desfiles mais importante da América Latina abra sua 40ª edição com uma corrida no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Foi no prédio da bienal, no mesmo parque, onde a SPFW viveu seus melhores momentos e é pra lá que voltará nesta edição de inverno 2016.

A corrida, intitulada Fashion Run, é realizada pelo shopping Iguatemi e chega à sua sétima edição com o apoio do evento. Cinco quilômetros separam a largada, marcada para as 7h do dia 18 de outubro –quando começa a semana de moda–, da chegada.

A 7ª edição do Fashion Run, que acontece em 18 de outubro, marcará a abertura da 40ª SPFW. Crédito: Divulgação
A sétima edição do Fashion Run, que acontece em 18 de outubro, marcará a abertura da 40ª SPFW. Crédito: Divulgação

Para participar, os corredores têm de se inscrever no site do Fashion Run e pagar uma taxa de R$ 150. Sim, têm de desembolsar R$ 30 por quilômetro percorrido. Um café da manhã será oferecido no final.

É nesse mesmo domingo que Alexandre Herchcovitch, considerado o maior estilista do país, fará o primeiro desfile desta temporada. O horário e o local da apresentação ainda não foram definidos.

Duas novidades também prometem oxigenar a programação, que vai até a sexta-feira (23). A grife mineira Coven e a paulistana Ranier estreiam no calendário. A primeira é especializada em tricô, técnica de manufatura que coincide com a proposta da SPFW de, nesta edição, estimular e reconhecer o trabalho manual.

Desfile de inverno 2014 da grife mineira Coven, realizado no Fashion Rio. Crédito: Antonio Lacerda/Efe
Desfile de inverno 2012 da grife mineira Coven, realizado no Fashion Rio. Crédito: Antonio Lacerda/Efe

Por outro lado, a entrada da Ratier, marca do DJ e dono do clube paulistano D-Edge, Renato Ranier, pode ser encarada como a modernidade almejada pelo evento. A imagem proposta pelos recortes assimétricos e o viés minimalista das roupas tem aspecto inovador, ainda que seja um tanto apoiada numa reedição do desconstrutivismo japonês e belga.

O empresário Renato Ratier estreia na SPFW com marca que leva seu sobrenome. Na foto, ele posa em seu apartamento, em SP. Crédito: Isadora Brant/Folhapress
O empresário Renato Ratier estreia na SPFW com marca que leva seu sobrenome. Na foto, ele posa em seu apartamento, em SP. Crédito: Isadora Brant/Folhapress

Muito se espera dessa temporada, a última da comemoração dos 20 anos da SPFW  iniciada em novembro do ano passado.  O evento terá o desafio de provar que amadureceu, ganhou força e fôlego de maratonista para correr na direção certa nas próximas duas décadas.

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Peta fecha cerco a grifes e protestos marcam desfile de ‘alta pele’ da Fendi http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/09/peta-fecha-cerco-a-grifes-e-protestos-marcam-desfile-de-alta-pele-da-fendi/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/09/peta-fecha-cerco-a-grifes-e-protestos-marcam-desfile-de-alta-pele-da-fendi/#respond Thu, 09 Jul 2015 05:00:09 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1298 “Para mim o amor; para ele a morte.” A frase, estampada num carro manchado de tinta vermelha, acompanhava a foto do estilista Karl Lagerfeld abraçado à sua gata, Choupette, e a imagem de dois minks numa gaiola.

O animal, de pelo macio e um dos mais caros da indústria de peleteria, serviu como principal matéria-prima do primeiro desfile de alta-costura da grife italiana Fendi, que ocorreu na tarde desta quarta-feira (8), em Paris, sob protestos contra o uso de peles na moda.

Veja vídeo do protesto:

Enquanto as modelos desfilavam 36 looks pesados e longos criados por Lagerfeld, que com o desfile comemorou 50 anos à frente da direção criativa da marca, policiais e seguranças tiveram que conter ativistas a favor dos direitos dos animais que gritavam e empunhavam cartazes com o escrito “pare a tortura”.

Uma manifestante, vestida com uma roupa estampada de carne, foi levada à força da calçada do Théâtre des Champs-Élysées, onde rolou a apresentação que integra a semana francesa de alta-costura.

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“Os ativistas não têm motivos para estarem com tanta raiva, porque há menos e menos [peles no mercado] e elas estão ficando mais e mais caras”, disse Lagerfeld em entrevista publicada no site WWD antes do desfile. Já era esperado uma reação dos órgãos que atuam na defesa dos bichos.

A ONG americana Peta emitiu um comunicado condenando a apresentação da Fendi e taxando-a de “haute horreur” (alto terror) após Lagerfeld anunciar à imprensa, em fevereiro deste ano, que o desfile poderia ser chamado de um show de “haute forrure” (alta pele). O trocadilho se refere ao termo “haute couture”, alta-costura em francês.

Em entrevista recente à Folha, a empresária Silvia Fendi, dona da marca e parceira de Lagerfeld na criação das roupas da grife, também defendeu o uso de peles na moda. “Respeito quem não usa. Mas, sinceramente, não vejo diferença entre comer carne e usar pele de animal”, disse Fendi.

Mais: Fendi foi pioneira ao usar pedaço de animal em bolsa

O desfile de prêt-à-porter feminino da marca, realizado na última semana de moda de Milão, em março, também exibiu uma ampla oferta de casacos de raposa e mink. As peles de bichos, vale lembrar, foram apostas das principais marcas que desfilaram na temporada internacional de inverno 2016.

Mais: Instinto animal e peles guiam coleções na semana de moda de Paris

O cerco do Peta a grifes de moda começou dias antes do desfile de alta-costura da Fendi. No início da semana de moda de Berlim, nesta terça-feira (7), manifestantes posaram sem roupa em frente ao Portão de Brademburgo para passar a mensagem que preferem ficar nuas a usar, por exemplo, uma peça de couro, pele ou lã.

Manifestantes protestam em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, contra o uso de peles na moda. O ato ocorreu no início da semana de moda de Berlim, na terça-feira (7). Crédito: Bernd von Jutrzenka/Efe
Manifestantes protestam em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, contra o uso de peles na moda. O ato ocorreu no início da semana de moda de Berlim, na terça-feira (7). Crédito: Bernd von Jutrzenka/Efe

Em junho, a organização publicou um vídeo que mostrava fazendas de couro de crocodilo no Zimbábue e no Texas (Estados Unidos) em situação irregular.

Os animais viviam em condições precárias e eram mal tratados pelos donos, que supostamente vendiam as peças de couro bruto para a grife Hermès, símbolo do “handmade” e do estilo clássico da moda francesa.

(ALERTA: IMAGENS FORTES) 

Veja o documentário feito por dois membros do Peta infiltrados em fazendas de crocodilos dos EUA e do Zimbábue:

A matéria-prima animal serve para a confecção de bolsas e acessórios da marca. Uma bolsa Kelly, uma das mais emblemáticas do portfolio da etiqueta, pode custar até R$ 40 mil.

Em comunicado, reproduzido na íntegra no site do jornal americano “The New York Times”, a Hermès disse apenas que mantém o controle sobre as fazendas de animais que fornecem o couro usado em seus produtos e que penalizará aquelas que não cumprirem as regras estabelecidas em contrato.

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Primeiro Olhar: Lacoste (Nova York – inverno 2016) http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/02/14/primeiro-olhar-lacoste-outono-inverno-20152016/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/02/14/primeiro-olhar-lacoste-outono-inverno-20152016/#respond Sat, 14 Feb 2015 19:25:33 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg https://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=922 (null)(null)(null)(null)(null)(null)(null)

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