Peça Únicaklein – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Ex-estilista da Calvin Klein assina figurino na abertura da Paraolimpíada http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/ex-estilista-da-calvin-klein-assina-figurino-na-abertura-da-paraolimpiada/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/09/07/ex-estilista-da-calvin-klein-assina-figurino-na-abertura-da-paraolimpiada/#respond Wed, 07 Sep 2016 20:27:28 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/costa-180x135.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2218 O estilista mineiro Francisco Costa, 52, assinou as roupas das crianças escaladas para carregar a bandeira paralímpica na cerimônia de abertura dos Jogos, que começa às 18h15 desta quarta-feira (7), no Rio.

Designer brasileiro de maior projeção internacional e ex-estilista da Calvin Klein, grife da qual foi diretor criativo até abril deste ano, Costa vestirá oito crianças com deficiência motora e seus respectivos pais.

Os adultos deverão usar ternos brancos de corte minimalista e inspiração esportiva, conceito comum ao trabalho do estilista. Feito de malha, o conjunto será unido a um colete que a criança vestirá para, a partir dos movimentos do pai, reproduzi-los.

Ternos que serão usados pelos pais das crianças que carregarão a bandeira Paraolímpica. Crédito: Divulgação
Ternos que serão usados pelos pais das crianças que carregarão a bandeira Paraolímpica. Crédito: Divulgação

As roupas infantis foram confeccionadas com as cores branco, azul, verde e vermelho, que compõem a bandeira paralímpica.

Uma das botas do par usado pela criança será unida ao calçado do pai, para que ela ande. O acessório foi chamado de “bota do mundo”.

“Será um esforço dos dois, tanto do pai quanto da criança. A ideia é contar a história deles, unidos, e simbolizar a quebra do paradigma de que elas [as crianças com deficiência] não têm oportunidades”, diz Costa à Folha.

Segundo ele, o desafio, “simples de executar”, foi unir o trabalho de design com a técnica de levar alta funcionalidade à roupa.

Coletes que serão usados por crianças com deficiência motora. As roupas foram criadas pelo estilista Francisco Costa. Crédito: Divulgação
Coletes que serão usados por crianças com deficiência motora. As roupas foram criadas pelo estilista Francisco Costa. Crédito: Divulgação

NOVA ‘CASA’

O estilista também anunciou sua volta ao ateliê de costura. Dentro de “seis a oito meses” ele iniciará o trabalho em uma nova marca.

Costa não revelou se será em uma grife própria ou se assumirá o cargo de diretor criativo de uma etiqueta já consolidada, como fez com a divisão feminina da Calvin Klein em 2003. “Será uma evolução do meu trabalho, algo novo e com uma cara nova”, afirma.

Desde sua saída da grife, “que já preparava a mudança de diretoria há muito tempo”, outros convites apareceram. “Rejeitei porque não estava nos meus planos.”

Sobre o novo estilista da marca, o belga Raf Simons (ex-Christian Dior), Costa é só elogios. “Gosto bastante, espero que tenha sucesso”. Um sucesso que, ele frisa, já conseguiu.

“Peguei uma companhia [a Calvin Klein] que valia US$ 700 mil e a levei a US$ 8 bilhões. Foi algo incrível. Sugeri ao novo presidente [o nova-iorquino Steven B. Shiffman] que era hora de mudar, reformular, porque havia muita gente atuando no estilo [além dele, o italiano Italo Zuchelli cuidava das coleções masculinas]. Foi o que aconteceu.”

Desfile? “Ainda não. Seria colocar o carro na frente dos bois.”

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Estilista brasileiro deixa direção criativa da Calvin Klein http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/04/19/estilista-brasileiro-deixa-direcao-criativa-da-calvin-klein/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/04/19/estilista-brasileiro-deixa-direcao-criativa-da-calvin-klein/#respond Tue, 19 Apr 2016 19:03:49 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/04/costa-135x180.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2003 A dança das cadeiras na indústria da moda internacional chegou na grife americana Calvin Klein. O estilista mineiro Francisco Costa, 51, à frente da divisão feminina da marca há 14 anos, deixou o cargo de diretor criativo nesta terça-feira (19).

Além de Costa, o italiano Italo Zuchelli também deixou a marca. Ele era responsável pela direção criativa da linha masculina da etiqueta, fundada por Calvin Klein nos anos 1990.

Klein vendeu e deixou sua etiqueta homônima em 2003, delegando ao pupilo Francisco Costa a responsabilidade pelas coleções de passarela desfiladas na semana de moda de Nova York e pelos vestidos usados por atrizes em tapetes vermelhos.

Segundo o chefe-executivo da marca, Steve Shiffman, “a estratégia marca o começo de outro significante capítulo no legado da Calvin Klein desde que o senhor Klein se aposentou”.

Esse comunicado, enviado à imprensa, só esquentou as apostas para a entrada do belga Raf Simons no comando do estilo da etiqueta. A imprensa internacional dá como certa a contratação do estilista, que se demitiu da marca francesa Christian Dior em outubro do ano passado.

Não se sabe o futuro de Francisco Costa no mercado americano. Em entrevista à Serafina, em 2014, ele sugeriu que poderia fundar uma marca própria caso saísse da Calvin Klein.

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Análise: Grammy é melhor vitrine para a moda do que o Oscar http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/16/analise-grammy-e-melhor-vitrine-para-a-moda-do-que-o-oscar/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/16/analise-grammy-e-melhor-vitrine-para-a-moda-do-que-o-oscar/#respond Tue, 16 Feb 2016 17:38:51 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/02/Gaga-180x120.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1872 Coloque todas as celebridades que passam pelos tapetes vermelhos das premiações do cinema ao lado daquelas que fazem pose no Grammy. A constatação é óbvia. Divas da música se vestem melhor que as das telas. Ou, pelo menos, têm mais manejo e graça ao segurarem no corpo um vestido de grife.

Por mais desenvoltas que as atrizes sejam na frente das câmeras, o ofício de dar a cara a tapa e, muitas vezes, construir personagens por meio de suas roupas, faz das cantoras modelos mais interessantes para as grifes trabalharem suas ideias.

Quem no Oscar poderia usar, por exemplo, o vestido azul do estilista Marc Jacobs que Lady Gaga vestiu na segunda (15) para os flashes do Grammy?

A mistura de pop art, anos 1980 e divas do cinema antigo proposta no verão 2016 de Jacobs não caberia no script exageradamente correto do tapete vermelho mais fotografado do mundo.

É claro que as atrizes de Hollywood sentem o peso de ser, ou parecer, uma diva tradicional numa festa tradicional. (Leia mais sobre o assunto numa análise recente que fiz para a “Ilustrada”)

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Mas o que as artistas da música ensinaram nesse último Grammy é que, sim, é possível aliar glamour e algum senso de inovação para não cair na vala do “look correto”, aquele que todo mundo olha, acha bonito, mas apaga da cabeça antes do próximo clique. Algo banal para quem apenas acompanha, mas a morte para qualquer marca que se propõe a vestir alguém.

São as celebridades as maiores responsáveis por dar crédito às grifes de luxo, um crivo que nenhum crítico ou publicação de moda tem o poder de dar. Não foi à toa que a Gucci escolheu a cantora Florence Welch, representação do vintage moderninho, para ser uma de suas modelos exclusivas.

A mesma marca italiana também não é mera figurante no clipe mais comentado do momento, “Formation”, de Beyoncé, o que mostra interesse da etiqueta em investir a maior parte da verba de marketing em ações direcionadas à indústria fonográfica.

Do ponto de vista das tendências, o Grammy se mostrou muito mais atento ao que acontece no mundo. A cantora pop Demi Lovato fundiu alfaiataria e sensualidade no look preto de Norisol Ferrari, composto por blazer decotado e saia com fenda. A noção de mistura de gêneros é um dos principais temas da passarela.

Também merece atenção a nudez comedida das mulheres. Na premiação mais importante da música, Taylor Swift, grande estrela da noite, preferiu um conjunto berrante de “top cropped” e saia da Atelier Versace em vez do vestido de gala.

E mesmo quando optam pelo longo, jogam fora a seda básica. O tomara-que-caia da cantora country Kacey Musgraves, assinado pela Armani Privé, era todo texturizado em tons de azul e roxo.

O longo Stella McCartney de Ellie Goulding, uma das mais chiques da cerimônia, tinha uma espécie de placa de metal nas costas nuas que não deixou a cantora com jeito de Barbie. Selena Gomez, de Calvin Klein, fugiu da caricatura com um longo cortado nas laterais.

É certo que existem aberrações. A princesa da Disney conjurada por Megan Nicole e o moletom rosa cravejado de cristais de Dencia são um soco no olho. Porém, no fim das contas, parece ser mais sincero pisar na bola com vontade de acertar do que perder por W.O.

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Campanhas de moda seduzem novas gerações com sexo, ficção e hashtags http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/moda-seduz-novas-geracoes-com-sexo-ficcao-e-hashtags/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/moda-seduz-novas-geracoes-com-sexo-ficcao-e-hashtags/#respond Thu, 11 Feb 2016 21:04:47 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1829 A heroína Lightining, da série japonesa de ficção científica Final Fantasy, estrela campanha de verão 2016 da Louis Vuitton. O personagem foi criado por Hironobu Sakaguchi. Crédito: Divulgação
A heroína Lightining, da série japonesa de ficção científica Final Fantasy, estrela campanha de verão 2016 da Louis Vuitton. O personagem foi criado por Hironobu Sakaguchi. Crédito: Divulgação

Um ator pornô gay, uma “drag queen” do reality Ru Paul’s Drag Race, o cantor Justin Bieber, a heroína Lightning do game japonês Final Fantasy e uma geração inteira de filhos de celebridades se travestiram de tops profissionais nas novas peças publicitárias de moda que circularam no mês passado.

Mas o que querem marcas como Marc Jacobs, Vivienne Westwood, Calvin Klein e Louis Vuitton com os improváveis modelos? A resposta talvez esteja no pensamento da nova leva de consumidores de moda, quem as agências de propaganda chamaram de “millennials”.

Outro nome para “geração y”, os “millenials” são os nascidos a partir dos 1980 e que, em teoria, não seriam seduzidos por antigas fórmulas de marketing.

A drag queen Milk, personagem de Don Donigan, famosa por sua participação no reality "RuPaul's Drag Race". Ela é uma das celebridades que estampam a nova campanha da Marc Jacobs. Crédito: Divulgação
A drag queen Milk, famosa por sua participação no reality “RuPaul’s Drag Race”. Personagem de Don Donigan, ela é uma das celebridades que estampam a nova campanha da Marc Jacobs. Crédito: Divulgação
O ator pornô Colby Keller é estrela da grife Vivienne Westwood. Crédito: Divulgação
O ator pornô Colby Keller (à dir.) é estrela da nova campanha da grife Vivienne Westwood. Crédito: Divulgação

A solução encontrada para a falta de identificação dos jovens com tudo o que é “mainstream”, uma das premissas dessa geração, fez com que marcas consolidadas no olimpo do luxo procurassem nas bases desse novo pensamento de consumo as pessoas que poderiam representá-los.

Entender a escolha desses rostos significa compreender o que se passa na cabeça dos jovens.

A Box 1824 lançou em 2012 um vídeo explicativo sobre essa nova geração. Assista:

O sexo e as questões de gênero não são mais um tabu, toda forma de preconceito é rechaçada e não há mais arquétipos de perfeição idealizados pela geração X – nascidos entre 60 e 70 que tiveram de lidar com a formação de tribos, estereótipos e regras de conduta para homem e mulher.

Conectados o tempo todo nas mídias sociais, esses jovens, segundo a cartilha ‘millennial’, não são fiéis a nenhuma marca e buscam em seus amigos as respostas para questionamentos, velozmente compartilhadas, comentadas e curtidas.

Seus ídolos não seriam aqueles idealizados pela mídia, mas as pessoas comuns que conseguiram vencer barreiras impostas e conquistaram pequenos ganhos reais. O sucesso de projetos de financiamento coletivo é um exemplo da corrente.

GANGUE

É essa ideia de agrupamento em prol de uma causa que explica o conceito de “fashion gang” (gangue fashion), que tomou as redes sociais e as revistas de moda. Não há uma única pessoa que represente uma marca – ou a ideia embutida por trás da etiqueta e das coleções –, mas sim várias pessoas que tornam unânime a escolha por comprá-la.

Alguns estilistas mais antenados com esse movimento já formaram sua gangue. O italiano Riccardo Tisci, da Givenchy, tem na sua desde as popstars Beyoncé e Madonna até as celebridades virtuais Kim Kardashian e Kendall Jenner, que vestem, usam e comentam as roupas da grife francesa.

Campanhas como a da Calvin Klein, da Diesel e de tantas outras que usam vários rostos, conhecidos ou não, se justificam a partir desse conceito de esquadrão de combate.

O cantor Justin Bieber é um dos modelos da nova campanha da Calvin Klein. além dele, personagens das ruas e celebridades virtuais "explicam" o que fazem quando usam peças da marca. Crédito: Divulgação
O cantor Justin Bieber é um dos modelos da nova campanha da Calvin Klein. além dele, personagens das ruas e celebridades virtuais “explicam” o que fazem quando usam peças da marca. Crédito: Divulgação
Joe Jonas, do grupo Jonas Brothers, é um dos vários modelos da campanha de verão 2016 da Diesel. Na foto, ele diz: '
Joe Jonas, do grupo Jonas Brothers, é um dos vários modelos da campanha de verão 2016 da Diesel. Na foto, ele diz: ‘eu ganhei mais seguidores que a Diesel’. Conceitos de mídia digital permearam toda a campanha da marca italiana. Crédito: Divulgação

Na última segunda-feira (8), foi o estilista Alexander Wang quem criou a sua gangue. Prestes a desfilar na semana de moda de Nova York, que começou nesta quinta (11), ele lançou a conta @Wangsquad (esquadrão Wang), no Instagram, ponstando polaroids de gente conectada ao mundo da moda e da música. Na lista, o cantor Travis Scott e a filha de Cindy Crawford, Kaia Gerber.

QUESTÃO DE SANGUE

Gerber, com apenas 14 anos, é a estrela da campanha de moda infantil da Versace, a Young Versace. Assim como ela, outros filhos de pais famosos estão na receita de grifes de luxo.

Jadden Smith, 17, filho de Will Smith, aparece na nova campanha da Louis Vuitton com roupa de mulher – o estilo sem gênero faz parte do guarda-roupa do garoto; Tommy Lee, 18, caçula da atriz Pamela Anderson, é o rosto da campanha promocional do último desfile masculino da Saint Laurent; Zoe Kravitz, filha do cantor Lenny Kravitz, é uma das queridinhas da Coach.

A grife inglesa Burberry foi uma das primeiras a apostar nessa onda, há quatro anos, quando contratou o filho de Victoria e David Beckham, Romeo Beckham, para protagonizar uma de suas peças publicitárias.

Cantor, ator e dançarino, Jadden Smith (de jaqueta preta, à dir.), 17, apareceu na nova campanha da Louis Vuitton. Crédito: Divulgação
Cantor, ator e dançarino, Jadden Smith (de jaqueta preta, à dir.), 17, apareceu na nova campanha da Louis Vuitton. Crédito: Divulgação
Filha da supermodelo Cindy Crawford, Kaia Gerber é garota-propaganda da Young Versace. Crédito: Divulgação
Filha da supermodelo Cindy Crawford, Kaia Gerber é garota-propaganda da Young Versace. Crédito: Divulgação

Essas novas estrelas unem duas características essenciais para o sucesso da campanha. Primeiramente, são totalmente conectados. A maioria deles nem pertence mais à geração dita “Y”, mas sim à “Z”, nascidos a partir dos 1990 e chamados de “touch” – o termo tem a ver com a capacidade de, por exemplo, conseguir estar ligado em cinco telas diferentes ao mesmo tempo.

Outro fator decisivo, e ainda mais importante para as marcas, é a configuração genética. Esses garotos e garotas têm a seu favor o poder de influenciar a geração compradora que cresceu vendo os pais deles em filmes, desfiles e campanhas.

É como se as marcas reafirmassem o poder dos antigos rostos por meio de suas crias e, com isso, continuam a propagar o velho ideal de beleza jovem.

As campanhas podem ter mudado de formato, mas o propósito de vender a inveja, o hype e a fonte da juventude eterna permanece intocado.

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