Peça Únicaparis – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Hotel ‘reservado’ em que Kardashian foi roubada é de fácil acesso http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/10/03/hotel-reservado-em-que-kardashian-foi-roubada-e-de-facil-acesso/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/10/03/hotel-reservado-em-que-kardashian-foi-roubada-e-de-facil-acesso/#respond Mon, 03 Oct 2016 18:03:04 +0000 http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/noadress-180x135.jpg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2268 Conhecido pelo apelido No Address (sem endereço), o hotel Le Pourtalès é para poucos. Foi em um dos nove apartamentos, de até 350 m² e repouso de celebridades como Madonna e Leonardo DiCaprio, que a socialite americana Kim Kardashian foi rendida e assaltada por homens mascarados na madrugada da segunda-feira (3), em Paris.

Não há placas indicativas na fachada do prédio do século 19, localizado no meio do 8º “arrondissement”, região nobre que concentra hotéis e lojas de luxo.

Apenas um segurança guarda o portão de acesso por onde Kim entrava e saia dentro de um carro preto. Segundo a polícia parisiense, na madrugada do assalto o vigia foi rendido por cinco homens.

Segundo relatos de pessoas próximas ao casal, os assaltantes entraram no quarto dela, que estava na cama, a algemaram com a mão nas costas e a fizeram refém dentro do banheiro. Levaram uma caixa de joias e um anel avaliados em quase R$ 35 milhões.

Poucas horas antes, na noite do domingo (2), ela havia sido a convidada especial do desfile da grife Givenchy, um dos destaques da semana de moda de Paris. Outra irmã de Kim, a modelo Kendall Jenner desfilou para a marca naquela noite.

POR DENTRO

Na noite do sábado (1), a socialite brasileira Cris Pitanguy armou um coquetel no restaurante do hotel em que Kim Kardashian estava hospedada. O acesso ao lugar, a Folha constatou, não era complicado.

Apesar da lista de convidados restrita, o segurança não perguntava nem conferia nomes. Algumas pessoas entraram sem constar na lista e passavam tranquilamente pelo corredor que dá acesso ao jardim principal, onde aconteceu o convescote.

Por volta das 23h, o carro de Kim a deixou dentro do jardim, e o segurança pessoal da socialite, o alemão Pascal Duvier, levou a cliente até a porta do salão que dá acesso aos elevadores.

O único ‘cuidado’ extra do hotel foi apagar as luzes do andar em que a cliente famosa estava hospedada para evitar flashes dos fotógrafos que transitavam pelo coquetel brasileiro.

Ainda não há pistas sobre os assaltantes. Kim voou de volta para casa nesta manhã para encontrar o marido, o rapper Kanye West. Atração de um festival de música em Nova York, ele parou o show no meio alegando haver “um problema familiar”.

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Três apostas de Paris, do luxo ao ‘fast-fashion’ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/06/tres-apostas-de-paris-do-luxo-ao-fast-fashion/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/06/tres-apostas-de-paris-do-luxo-ao-fast-fashion/#respond Sun, 06 Mar 2016 14:22:33 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1965 As lojas e as grifes, como é de praxe durante a temporada de moda em Paris, reservam um espaço privilegiado para suas apostas. Do alto luxo à roupa barata, as pessoas de passagem pela cidade procuram as novidades que já se firmaram nas araras e as recém-saídas dos croquis.

Numa volta pela cidade, encontramos três “itens desejo”, para citar o jargão da moda, que fazem brilhar os olhos dos garimpeiros de estilo.

 

Coleção “Blossom”, da Louis Vuitton

Coleção "Blossom", da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress
Joias da coleção “Blossom”, da Louis Vuitton, apresentada durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

O monograma da Louis Vuitton talvez seja a marca mais conhecida tanto por quem gosta quanto por quem não se interessa por itens de luxo. O LV cruzado e as pequenas flores estampadas nas bolsas da grife são as primeiras imagens que surgem na cabeça dos chamados “entrantes” do luxo, termo usado no mercado para definir quem está começando a consumir produtos de grife.

Certa da fama do monograma criado em 1896 por Georges Vuitton, a marca lançou, numa apresentação na Place Vendôme, a nova linha da coleção “Blossom”.

São colares, relógios e pulseiras de ouro cravejados de pedras preciosas que levam os detalhes de sua estampa mais famosa.

O “pequeno poder” custa caro. Um colar todo preenchido com pingentes em formato de flores pode custar US$ 25.000 (ou R$ 100.000). Há peças mais baratas, mas não espere gastar menos de quatro dígitos. E em euro.

56a00b99ef66cfb041d0b2c88dabb586 1954f741d3f42a6dc8557199aec118fa image (1) image (2) image (4) image (6)

 

Perfumes Le Labo, na Colette

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Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

Em época de temporada de moda, a loja mais lotada de Paris é a Colette. No coração da rua Saint Honoré, o endereço é parada de hipsters, fashionistas, ricos do 16º arrondissement (bairro de endinheirados parisienses) e gente que gosta de trecos com assinatura.

Entre peças de decoração estampadas com pinturas de Jean-Michel Basquiat (1960-1988), coleções-cápsula de estilistas desconhecidos e as últimas criações de marcas como Valentino, Dior e Thom Browne, uma mesa de perfumes se destaca.

Os frascos da Le Labo, marca nova-iorquina de fragrâncias puras, custam 205 euros cada, quase R$ 1.000 se contabilizado o IOF do cartão de crédito, mas são joias concorridas.

O interessante desses perfumes é que são feitos de essência bruta, não há a mistura de notas característica dos perfumes de grife. São dezenas de opções, como sândalo, vetiver, bergamota e anis, sempre misturadas apenas com álcool.

Se o bolso não permitir o luxo, pelo menos dá para sentir cada nota perfumada nos testadores. Assim, você saberá qual cheiro agrada mais o olfato e, quando passar pelo “free shop” do aeroporto, pode procurar opções mais em conta que tenham a essência na composição.

Perfumes da marca americana Le Labo, à venda na Colette, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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Roupa “longline”, na H&M

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Look ‘longline’ masculino à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

A moda pegou entre os homens. O que muita gente achava ser tendência passageira e coisa de fashionista tomou as ruas, pelo menos as da Europa. A camisa longa, a chamada “longline”, chegou ao “fast-fashion” com tanta força que a rede sueca H&M dedica quase metade das araras masculinas a essas roupas enormes.

Moletons, camisas e blusas longas são vendidos a menos de 10 euros (em média, R$ 50), em todas os pontos da rede de moda popular. A marca de fast fashion é a preferida entre os jovens europeus e americanos, e todo turista entra num dos endereços espalhados pela cidade em busca das promoções.

Há quem diga que foi o cantor Justin Bieber o responsável por massificar esses vestidões de malha, geralmente combinados com calça colada e jaqueta curta sobreposta.

Mas é bom ficar atento às proporções do corpo. A peça encurta a silhueta, cortando-a no meio das coxas, e pode fazer os baixinhos ficarem ainda mais baixos. Se for o caso, prefira os modelos não tão longos quanto esses das fotos e tente combinar a cor da calça com a da blusa. O look monocromático ajuda a alongar a silhueta.

Peças 'longline' masculinas à venda na rede de lojas populares H&M, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Renan Teles/Folhapress

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Semana de moda de Paris começa com militarismo festivo e viés político http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/03/semana-de-moda-de-paris-comeca-com-militarismo-festivo-e-vies-politico/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/03/03/semana-de-moda-de-paris-comeca-com-militarismo-festivo-e-vies-politico/#respond Thu, 03 Mar 2016 23:32:12 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1947 A festa militar proposta pela coleção do britânico John Galliano na passarela da grife Maison Margiela, que desfilou nesta quinta-feira (3), no terceiro dia da temporada de inverno 2017 da semana de moda de Paris, traduz o espírito dessa edição do evento.

A equação de clima disco, com muito lurex e tecidos metalizados, somado à austeridade do uniforme de guerra conduzem a coleção de extremos da marca.

Modelo desfila look de outono-inverno 2017 da Maison Margiela, em Paris. Crédito: Reprodução Instagram @maisonmargiela
Modelo desfila look de outono-inverno 2017 da Maison Margiela, em Paris. Crédito: Reprodução Instagram @maisonmargiela

Insígnias estampadas nos casacos e peças em tons de folhas secas, comuns ao look camuflado, se misturam às saias fendadas envoltas com displicência na cintura e às estampas de cartoon. Realidade versus ficção, Galliano lembra, é um dos nortes desta temporada.

Os designers exploram as interseções entre o decorativismo e a rigidez da alfaiataria em looks ora monocromáticos, ora rasgados de cor.

As características das silhuetas dos anos 1930 e 1940, do pré ao pós-guerra, ilustram a maioria das proporções desfiladas. O belga Dries Van Noten, herdeiro da coroa autoral da semana de Paris, foi contaminado pelo clima sombrio que cerca a cidade desde os atentados de 13 de novembro, quando terroristas em ataque coordenado mataram 129 pessoas em bares e na casa de show Bataclan.

A extravagância de tempos atrás foi mesclada ao look “decadência com elegância”, com maquiagem borrada e várias peças “animal print”. Os looks coloridos e com estampas “op art” que conduziram as últimas coleções de Noten deram lugar a terninhos e gravatas estruturados.

Look da coleção de inverno 2017 de Dries Van Noten, apresentado na semana de moda de Paris. Crédito: Reprodução Instagram/@driesvannoten
Look da coleção de inverno 2017 de Dries Van Noten, apresentado na semana de moda de Paris. Crédito: Reprodução Instagram/@driesvannoten

Os respiros de moda urbana e jovem são da grife Vêtements, que fechou o dia de desfiles nesta quinta-feira com uma coleção que flerta com os gritos de ordem das ruas. “Talvez as pontes que queimei iluminem o caminho”, diz um escrito aplicado num moletom com ombreiras.

Paz é o que pede o coletivo de estilistas da Vêtements, marca liderada pelo alemão Deman Gvasalia, indicado como novo estilista da tradicional grife Balenciaga. A grife mais incensada da ala “cool” do calendário parisiense aliou peças esportivas com a estrutura da alfaiataria.

Num dos looks mais polêmicos da coleção, a marca cobriu uma modelo com um vestido de moletom, similar a um chador muçulmano, com escrito “fantasias sexuais” estampado na perna.

Álbum de Paris

O designer de chapéus Reinhard Plank. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
O designer de chapéus Reinhard Plank. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Em oposição às mensagens de ordem e ao viés político camuflado nas apresentações, Paris tenta estimular os sentidos dos fashionistas com festinhas e vernissages regadas a chamapanhe. Logo no segundo dia da temporada, a Galerie Joyce, no Palais Royal, abrigou uma performance do artesão de chapéus Reinhard Plank.

Chapéus do designer italiano Reinhard Plank em exibição na Galerie Joyce, durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Chapéus do designer italiano Reinhard Plank em exibição na Galerie Joyce, durante a semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

As peças, produzidas ao vivo pelo designer italiano, são confeccionadas à mão e em formas tradicionais, mas coloridas com tons vivos e remodeladas em linhas assimétricas. Os modernos misturam as peças do estilista às combinações de roupas “street”, padrão que é quase uniforme da juventude parisiense.

Performance do italiano Reinhard Plank no segundo dia da semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Performance do italiano Reinhard Plank no segundo dia da semana de moda de Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Na mesma quarta-feira (2), a tradicional loja multimarcas “Le Bon Marché” abriu as portas de sua nova exposição. Em cartaz até abril, “Iris in Paris” expõe dez looks da fashionista mais prestigiada de Nova York, a designer de interiores Iris Apfel, 94.

Vitrine da mostra "Iris in Paris", em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Vitrine da mostra “Iris in Paris”, em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Mesmo com os movimentos e a acuidade visual prejudicada pela idade, o que lhe rendeu uma de suas marcas registradas, o grande óculos grosso de armação preta, Apfel recebeu com presunto de parma e garrafas de uísque os convidados da festa.

Vitrine da mostra "Iris in Paris", em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Vitrine da mostra “Iris in Paris”, em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

Nas vitrines da mostra, parte do acervo colorido e maximalista da nova-iorquina foi montado em combinações criadas por ela mesma para encarar dias de frio em Paris.

Convidados da mostra "Iris in Paris", em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress
Convidados da mostra “Iris in Paris”, em cartaz até abril no Le Bon Marché, em Paris. Crédito: Paulo Troya e Reno Teles/Folhapress

*** A Folha começa hoje a cobertura do outono-inverno 2017 da semana de moda de Paris. Acompanhe o que acontece na temporada parisiense no site da “Ilustrada” (folha.com/ilustrada), no blog “Peça Única” (folha.com/pecaunica) e a conta do Instagram @ilustradanamoda. As imagens são da dupla de fotógrafos Paulo Troya e Reno Teles, que está em Paris com a reportagem para acompanhar a movimentação em torno da temporada. ***

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Peta fecha cerco a grifes e protestos marcam desfile de ‘alta pele’ da Fendi http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/09/peta-fecha-cerco-a-grifes-e-protestos-marcam-desfile-de-alta-pele-da-fendi/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/09/peta-fecha-cerco-a-grifes-e-protestos-marcam-desfile-de-alta-pele-da-fendi/#respond Thu, 09 Jul 2015 05:00:09 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1298 “Para mim o amor; para ele a morte.” A frase, estampada num carro manchado de tinta vermelha, acompanhava a foto do estilista Karl Lagerfeld abraçado à sua gata, Choupette, e a imagem de dois minks numa gaiola.

O animal, de pelo macio e um dos mais caros da indústria de peleteria, serviu como principal matéria-prima do primeiro desfile de alta-costura da grife italiana Fendi, que ocorreu na tarde desta quarta-feira (8), em Paris, sob protestos contra o uso de peles na moda.

Veja vídeo do protesto:

Enquanto as modelos desfilavam 36 looks pesados e longos criados por Lagerfeld, que com o desfile comemorou 50 anos à frente da direção criativa da marca, policiais e seguranças tiveram que conter ativistas a favor dos direitos dos animais que gritavam e empunhavam cartazes com o escrito “pare a tortura”.

Uma manifestante, vestida com uma roupa estampada de carne, foi levada à força da calçada do Théâtre des Champs-Élysées, onde rolou a apresentação que integra a semana francesa de alta-costura.

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“Os ativistas não têm motivos para estarem com tanta raiva, porque há menos e menos [peles no mercado] e elas estão ficando mais e mais caras”, disse Lagerfeld em entrevista publicada no site WWD antes do desfile. Já era esperado uma reação dos órgãos que atuam na defesa dos bichos.

A ONG americana Peta emitiu um comunicado condenando a apresentação da Fendi e taxando-a de “haute horreur” (alto terror) após Lagerfeld anunciar à imprensa, em fevereiro deste ano, que o desfile poderia ser chamado de um show de “haute forrure” (alta pele). O trocadilho se refere ao termo “haute couture”, alta-costura em francês.

Em entrevista recente à Folha, a empresária Silvia Fendi, dona da marca e parceira de Lagerfeld na criação das roupas da grife, também defendeu o uso de peles na moda. “Respeito quem não usa. Mas, sinceramente, não vejo diferença entre comer carne e usar pele de animal”, disse Fendi.

Mais: Fendi foi pioneira ao usar pedaço de animal em bolsa

O desfile de prêt-à-porter feminino da marca, realizado na última semana de moda de Milão, em março, também exibiu uma ampla oferta de casacos de raposa e mink. As peles de bichos, vale lembrar, foram apostas das principais marcas que desfilaram na temporada internacional de inverno 2016.

Mais: Instinto animal e peles guiam coleções na semana de moda de Paris

O cerco do Peta a grifes de moda começou dias antes do desfile de alta-costura da Fendi. No início da semana de moda de Berlim, nesta terça-feira (7), manifestantes posaram sem roupa em frente ao Portão de Brademburgo para passar a mensagem que preferem ficar nuas a usar, por exemplo, uma peça de couro, pele ou lã.

Manifestantes protestam em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, contra o uso de peles na moda. O ato ocorreu no início da semana de moda de Berlim, na terça-feira (7). Crédito: Bernd von Jutrzenka/Efe
Manifestantes protestam em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, contra o uso de peles na moda. O ato ocorreu no início da semana de moda de Berlim, na terça-feira (7). Crédito: Bernd von Jutrzenka/Efe

Em junho, a organização publicou um vídeo que mostrava fazendas de couro de crocodilo no Zimbábue e no Texas (Estados Unidos) em situação irregular.

Os animais viviam em condições precárias e eram mal tratados pelos donos, que supostamente vendiam as peças de couro bruto para a grife Hermès, símbolo do “handmade” e do estilo clássico da moda francesa.

(ALERTA: IMAGENS FORTES) 

Veja o documentário feito por dois membros do Peta infiltrados em fazendas de crocodilos dos EUA e do Zimbábue:

A matéria-prima animal serve para a confecção de bolsas e acessórios da marca. Uma bolsa Kelly, uma das mais emblemáticas do portfolio da etiqueta, pode custar até R$ 40 mil.

Em comunicado, reproduzido na íntegra no site do jornal americano “The New York Times”, a Hermès disse apenas que mantém o controle sobre as fazendas de animais que fornecem o couro usado em seus produtos e que penalizará aquelas que não cumprirem as regras estabelecidas em contrato.

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8 desfiles para entender a nova alta-costura http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/01/30/8-desfiles-para-entender-a-nova-alta-costura/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/01/30/8-desfiles-para-entender-a-nova-alta-costura/#respond Fri, 30 Jan 2015 23:43:23 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=835 Dentro do “mundo da moda” há um outro mundo tão distante e inacessível aos consumidos que não está nem nos editoriais das revistas especializadas nem na cobertura dos jornais diários.

A alta-costura é envolta em mistério, tanto sobre o processo de manufatura das roupas, feitas sob encomenda, quanto sobre quem são esses clientes capazes de pagar milhares de dólares numa peça única.

Na temporada verão 2015 de “haute couture”, termo francês para essas coleções exclusivas, que terminou na quinta (29), em Paris, algumas das maiores grifes do mundo apresentaram seu guarda-roupa exclusivo.

Veja desfiles da temporada verão 2015 de alta-costura:

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Antes, a Maison Margiela – antiga Maison Martin Margiela – mostrou em Londres sua primeira coleção couture criada pelo gibraltino John Galliano. O estilista, ex-Christian Dior, foi anunciado em outubro do ano passado como primeiro diretor criativo da grife após a saída de Martin Margiela.

Há dois motivos óbvios para explicar o momento aquecido do mercado de alta-costura, no qual  “maisons” como Chanel e Dior reformulam suas silhuetas e apostam em materiais nobres para conquistar cifras polpudas.

(Leia depoimento de Bruno Pavlovsky, presidente da Chanel, à Folha)

O primeiro ponto é que há mais ricos no mundo. Segundo relatório da Oxfam, organização que cria campanhas contra a pobreza, a desigualdade entre ricos e pobres subiu após a crise financeira mundial de 2008.

De 2009 a 2014, de acordo com o estudo, o número de bilionários no mundo passou de 793 para 1.645. Milionários ficaram ainda mais ricos, pobres ficaram mais pobres.

O resultado disso, para a moda, é que ou há roupas caras ou roupas baratas. O meio termo, ao que parece, sairá de moda. (Leia a opinião dos estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana sobre o assunto em entrevista concedida à Folha)

Outro motivo desse retorno triunfal da ideia de exclusivo, no sentido literal da palavra, é a força que a “fast fashion” ganhou desde o início dos anos 2000.

Em dez anos de parcerias, quase todos os estilistas renomados já desenharam coleções para redes de lojas populares e o acesso à informação de moda, pelo menos no hemisfério norte, é assimilada com rapidez pelos consumidores de todas as classes sociais.

A Rússia e os países asiáticos representam boa parte do faturamento dessas grifes. Não à toa, marcas como Valentino e Armani pescaram referências desses países para suas coleções de alta-costura.

Os estilistas Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli, da Valentino, buscaram no rebusco da indumentária das czarinas o centro de sua coleção inspirada no amor. A Armani Privé, por sua vez, desfilou peças com referências à flora ilustrada nos desenhos japoneses do período Edo (1603-1853).

Abaixo, veja como as grifes trabalharam seus códigos e referências nas coleções de alta-costura:

1 – Armani Privé

Aos 80 anos o italiano Giorgio Armani mostrou toda sua destreza para criar looks de tapete vermelho. Não apenas pelos vestidos minuciosamente construídos com organza e amarrados com laços que reverenciam os quimonos japoneses, mas também pelo apuro no jogo de proporções, que variam do longo tomara que caia a um conjunto de jaqueta estampada e saia. Armani soube transformar o peso das assimetrias e das cores fechadas em uma dança de tecidos rígidos e leves.

2 – Atelier Versace

De pele Donatella Versace entende. O desfile de alta-costura de sua grife deixou à mostra os limites da exposição do corpo em vestidos cujos cortes seguem as curvas femininas. Estrela do último Globo de Ouro, a marca vestiu diversas celebridades no tapete vermelho da premiação pela sensualidade velada que Donatella sabe criar. A mistura de tecidos metalizados e os blocos de cores opacas, com destaque para o preto, o azul e o vermelho.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Atelier Versace:

3 – Chanel

Na contracorrente da imagem de vestidos longos, cheios de brilho e transparências que as pessoas têm sobre a alta-costura, o estilista Karl Lagerfeld continua a alinhavar uma nova forma de pensar a alta-costura. Além de aproximar esse universo restrito ao do prêt-à-porter, os vestidos aparentemente simples e o tom quase “street” da coleção de saias e tailleurs redefinem o conceito de exclusividade. No conto de fadas de Lagerfeld, as mulheres vestem na festa o que vestiriam na rua. Uma rua chique, claro.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Chanel:

4 – Dior

Desde que assumiu a casa mais prestigiada da França, o belga Raf Simons expurga o legado do seu antecessor, John Galliano, com  a recontrução do “new look”, o conjunto de saia mídi e jaqueta (a “bar”) criado por Christian Dior nos anos 1940. A inspiração em David Bowie e na mutação do estilo do músico ao longo das décadas resultou numa coleção que remete aos looks de Bowie das décadas de 1960, 70, 80 e 90 revistas com o olhar preciso de construção que Simons empreende na grife.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Dior:

5 – Elie Saab

Faz todo sentido que o libanês seja um dos estilistas mais queridos das celebridades em tapetes vermelhos como o do Oscar, do Globo de Ouro e do Emmy. Saab é um dos poucos a manter intacto o deslumbre dos vestidos de gala, construídos com uma mistura de organza e transparências bem localizadas no corpo.

6 – Gustavo Lins

Único brasileiro a desfilar coleções na temporada de alta-costura parisiense, Lins é um costureiro no sentido literal da palavra. Nesta temporada, apresentou uma mistura de peças de alfaiataria, vestidos de baile, casacos de pelo e um apreço pelo caimento perfeito que o coloca entre os designers mais técnicos da federaçaõ de moda francesa, que organiza os desfiles em Paris.

7 – Maison Margiela Artisanal

O desfile marca o retorno do francês John Galliano à moda e a nova fase da grife que o contratou. A Maison Margiela perdeu o “Martin” da etiqueta (Martin Margiela é o estilista fundador da grife) e, com o desfile, trilha um caminho sem volta onde o minimalismo que a tornou famosa encontra o drama característico do seu novo diretor criativo. Demitido da Dior, em 2011, após proferir declarações antissemitas em um vídeo vazado na internet, Galliano foi recebido com entusiasmo e choro dos fashionistas que acompanharam sua apresentação em Londres.

8 – Valentino

O amor foi o mote para os estilistas Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli criarem uma coleção tão complexa quanto o sentimento que a inspirou. Os romances de Shakespeare, o inferno de Dante Alighieri e as pinturas do russo Marc Chagall se misturaram em vestidos construídos em camadas de tecido bordados com fios de ouro que formavam desenhos de estrelas. Destaque para os longos transparentes de seda com detalhes geométricos no busto.

Veja desfile de alta-costura do verão 2015 da Valentino:

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