Peça Únicario – Peça Única http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br por Pedro Diniz Fri, 04 Nov 2016 04:00:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Se houvesse um doping da roupa… http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/se-houvesse-um-doping-da-roupa/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/se-houvesse-um-doping-da-roupa/#respond Thu, 18 Aug 2016 05:01:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2201 …para começar, boa parte da tecnologia têxtil e de performance não existiria. Suaríamos mais, correríamos menos e, principalmente, forçaríamos os músculos até rompê-los. O motivo para isso é que o fator determinante para as grifes desembolsarem milhões em busca do produto perfeito (e do melhor close nos pódios olímpicos) é a conivência das federações esportivas com a alta tecnologia.

A americana Nike, a italiana Arena, a alemã Puma e a japonesa Asics dominam os estudos de performance, ainda que a americana Under Amour e a alemã Adidas tenham ganhado espaço ao patrocinar medalhistas como Michael Phelps e Tom Daley, respectivamente.

São da Nike alguns dos melhores aproveitamentos do atletismo. Um sistema denominado AeroSwift reduz o arrasto e maximiza o esforço do atleta por meio da roupa de náilon, que tem furos estratégicos na parte frontal da blusa e foi testada em tubos de ar.

Quenianos, brasileiros e o americano Justin Gatlin usaram a novidade. Gatlin, no entanto, foi vencido pela “tecnologia responsiva” das sapatilhas da Puma calçadas pelo jamaicano Usain Bolt.

É inegável que o tempo de 9s81 do atleta nos 100 m rasos foi resultado de esforço, mas especialistas defendem que, mesmo com papel secundário, a roupa faz diferença no desempenho final do atleta.

Para além de questões estéticas, os futebolistas perceberam a importância do look de campo. Neymar ganhou uma chuteira desenhada pela Nike. A tecnologia permite toque de bola mais eficiente e diminuição no peso da peça. É certo que, nos 90 minutos de jogo, qualquer ajuda é válida.

A eficácia dessas inovações foi comprovada na Olimpíada de Pequim, em 2008. Naquele ano, 87 recordes foram quebrados por causa de um maiô de poliuretano, cujo principal atrativo era dizimar o atrito com a água. Uma grande polêmica que se seguiu aos resultados excepcionais fez a Federação Internacional de Natação banir a roupa para os homens. A partir de 2009, eles só puderam competir de bermudas ou sungas.

Na Olimpíada de Londres, em 2012, a tese ganhou força com o fato de a maioria dos recordes na água ter sido quebrada por mulheres. E, claro, por seus maiôs.

A italiana Arena foi uma das prejudicadas com a ascensão do look de super-homem –os mais famosos eram da australiana Speedo. Para competir com a marca, a Arena apresentou uma evolução da tecnologia Carbon num desfile realizado neste mês, no Rio. Aplicadas nas peças de compressão, partículas de carbono ampliam os movimentos e não deixam o ar entrar.

O que separa esses atletas de ponta do aspirante olímpico, que muitas vezes não sobrevive do esporte, são os milhares de dólares gastos com equipamento e as horas de treino patrocinado. Se houvesse um doping da roupa, que limitasse o uso de tecnologia no vestuário, talvez o quadro de medalhas da Rio-2016 fosse um pouco diferente. Mesmo por alguns milésimos.

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Preteridas em licenciamentos, grifes cariocas acertam em uniformes olímpicos http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/07/07/preteridas-em-licenciamentos-grifes-cariocas-acertam-em-uniformes-olimpicos/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/07/07/preteridas-em-licenciamentos-grifes-cariocas-acertam-em-uniformes-olimpicos/#respond Thu, 07 Jul 2016 22:22:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2131 ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Desde que foi divulgada a lista de marcas do Programa de Licenciamento Rio 2016, há quase um ano, restou a dúvida sobre como o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) consertaria a gafe de ter elegido apenas duas grifes cariocas – uma de joias e outra de cangas –entre as dez que compõem a lista de fornecedores das peças de vestuário vendidas nas lojas oficiais dos Jogos Olímpicos.

Três marcas baseadas no Rio, a masculina Reserva, a de moda praia Lenny Niemeyer e a de roupas femininas Andrea Marques, as duas últimas capitaneadas pelas estilistas homônimas, foram escolhidas pelo empresário Paulo Borges, fundador da São Paulo Fashion Week, para representar a moda autoral brasileira.

Na última quarta-feira (6), no Rio, houve o lançamento dos uniformes de gala que os atletas brasileiros usarão nas cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada. Niemeyer ficou responsável pela concepção das peças, e a varejista holandesa C&A, por sua produção.

Atletas de canoagem usam looks de gala criados por Lenny Niemeyer para a abertura e o encerramento da Olimpíada do Rio. Crédito: Marcelo Pacheco/Divulgação
Atletas de canoagem usam looks de gala criados por Lenny Niemeyer para a abertura e o encerramento da Olimpíada do Rio. Crédito: Marcelo Pacheco/Divulgação

Dois conjuntos de alfaiataria, um masculino e outro feminino, receberam as cores da bandeira brasileira em uma estampa de folhagens, aplicada num lenço de poliéster que a C&A estuda vender em suas lojas.

Os looks são feitos basicamente de sarja de algodão, tricoline e uma mescla de elastano “para dar conforto e mobilidade”, segundo disse Lenny em coletiva de imprensa.

Questionado pela Folha sobre o motivo de as varejistas brasileiras, como Riachuelo e Renner, terem sido preteridas pelo COB nessa concorrência, o presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, explicou que a escolha não se baseou na origem da empresa.

“[A escolha] foi por quem se interessou. Além disso, é um evento mundial, não só de marcas brasileiras. Temos de ver quem tem maior sensibilidade para participar [como patrocinador]”, disse Nuzman.

Elogiadas pela forma e criticadas por ostentar a logomarca da C&A no peito, as criações foram melhor recebidas pelo público do que as de Andrea Marques.

Peças da primeira versão que a estilista Andrea Marques fez para os looks usados na entrega das medalhas. Crédito: Alex Ferro/Rio2016/Divulgação
Peças da primeira versão dos looks criados por Andrea Marques para serem usados nas entregas das medalhas da Olimpíada. Crédito: Alex Ferro/Rio2016/Divulgação

Marques vestirá os voluntários escalados para entregar as medalhas olímpicas aos vencedores. Logo após o lançamento, no último dia 23 de junho, as roupas estampadas e com faixas vermelhas foram chamadas de “juninas” por internautas.

Tanto os vestidos de comprimento mídi quanto os conjuntos de alfaiataria dos rapazes seguiram a linha clássica das criações da estilista, mas a patrulha virtual não perdoou e memes compararam as peças ao guarda-roupa de Agostinho Carrara, personagem de gosto fashion duvidoso do seriado “A Grande Família”.

A assessoria da estilista informou que, quando foram apresentadas, as roupas ainda não estavam prontas. O fato é que, após as críticas, as faixas vermelhas sumiram e a estilista apresentou novos croquis com visual monocromático e mais limpo.

Segunda versão, menos "junina", dos looks assinados por Andrea Marques para os Jogos Olimpícos do Rio-2016. Crédito: Divulgação
Segunda versão, menos “junina”, dos looks assinados por Andrea Marques para os Jogos Olimpícos do Rio-2016. Crédito: Divulgação

Estampas com motivos da flora e da fauna carioca guiaram a criação dos uniformes da Reserva, escolhida para produzir os uniformes dos atletas do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro).

Assim como as peças de Lenny, as do empresário Rony Meisler são calcadas na alfaiataria. Os blazers masculino e feminino foram estampados com o padrão colorido, assim como dois modelos de camisetas que serão, segundo a marca, comercializados nos pontos de venda da Reserva.

Croquis dos uniformes dos atletas paralímpicos brasileiros na Olimpíada. Os looks são da grife Reserva. Crédito: Divulgação
Croquis dos uniformes dos atletas paralímpicos brasileiros na Olimpíada. Os looks são da grife Reserva. Crédito: Divulgação

O jornalista viajou a convite do Comitê Olímpico Brasileiro

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5 novas marcas cariocas para prestar atenção http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/07/04/5-novas-marcas-cariocas-para-prestar-atencao/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/07/04/5-novas-marcas-cariocas-para-prestar-atencao/#respond Mon, 04 Jul 2016 22:17:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2115 Há uma safra recente de etiquetas cariocas que vivem além da faixa de areia da moda praia e dão fôlego ao mercado local. Apoiados na sustentabilidade, na afirmação da imagem solar e na revisão dos códigos de sazonalidade da moda, essas grifes apontam os caminhos do estilo carioca para os próximos. Veja quais são.

 

Look da coleção Navegantes, da grife carioca Evapore. Crédito: Divulgação
Look da coleção Navegantes, da grife carioca Evapore. O blazer é confeccionado com tecido de fios de garrafa PET Crédito: Divulgação

EVAPORE

O minimalismo despretensioso que é marca de grifes locais como Mara Mac e Maria Bonita também guia a estilista Paloma Guasque. Cartela enxuta e uma queda por alfaiataria definem sua nova coleção, intitulada Navegantes e que é inspirada no mar. Há tons terrosos e texturas produzidas a partir de um tecido com fios de garrafa PET encrustados nas tramas. É um tipo de moda que se aproxima do estilo urbano, mas com uma modelagem solta, matéria-prima leve e cores abertas.

 

Modelo desfila roupa do estilista Guto Carvalho Neto, no primeiro dia do Rio Moda Rio, que aconteceu em junho. Crédito: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite/Divulgação
Modelo desfila roupa do estilista Guto Carvalho Neto, no primeiro dia do Rio Moda Rio, que aconteceu em junho. Crédito: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite/Divulgação

GUTO CARVALHO NETO

Um dos destaques do primeiro dia do Rio Moda Rio, o baiano trabalha com a noção de atemporalidade. Além de as roupas seguirem um rigoroso processo de confecção, da escolha dos tecidos nobres ao acabamento minucioso, não são produzidas para uma única estação. Em seu último desfile, o da “coleção 4”, o estilista desconstruiu a imagem do sertão nordestino, pincelando couro em peças limpas, assimétricas e, por vezes, texturizadas. Preto e branco dominam o universo criativo do designer.

 

Vestido da estilista Marta Macedo, da grife Martu, desfilado no Rio Moda Rio. Crédito: Crédito: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite/Divulgação
Vestido da estilista Marta Macedo, da grife Martu, desfilado no Rio Moda Rio. Crédito: Crédito: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite/Divulgação

MARTU

A festa é dela e de suas clientes famosas, como a cantora Ivete Sangalo e a atriz Marina Ruy Barbosa. Marta Macedo, especialista em aplicar brilho e pompa aos vestidos das noitadas na zona sul carioca, comemorou os dez anos de sua marca com um desfile no Rio Moda Rio. Na passarela, a estilista colocou um compilado de peças estampadas ou forradas com pedrarias, combinadas a blusas detonadas típicas do estilo “podrinho chique” adotado pelas cariocas festeiras.

 

Peças customizadas pela marca carioca Mig Jeans. Crédito: aLagarta/Divulgação
Peças jeans customizadas pela marca carioca Mig Jeans. Crédito: aLagarta/Divulgação

MIG JEANS

Manchas, rasgos ou sinais de uso não são motivos para descartar seus jeans. As sócias Isa Maria Rodrigues, Luana Depp e Mayra Sallie sacaram isso logo na faculdade e passaram a customizar jaquetas estocadas no armário e nos brechós do Rio. Logo a marca conquistou clientela fixa e virou uma das apostas da Malha, projeto de economia colaborativa que tem como sócio o diretor de marketing André Carvalhal, da Farm, e incentiva nomes do mercado a trabalhar coletivamente. O preço das peças reconstruídas é justo, não passa de R$ 200.

 

Look da grife The Paradise, um dos destaques do Rio Moda Rio. Crédito: Crédito: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite/Divulgação
Look da grife The Paradise, um dos destaques do último dia do Rio Moda Rio. Crédito: Crédito: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite/Divulgação

THE PARADISE

A grife de Thomaz Azulay (filho de Simão Azulay, fundador da Yes, Brazil) e do seu sócio, Patrick Doering, é uma injeção de cor e ânimo no mercado carioca. Mais do que moda praia, a dupla produz um estilo de vida baseado em muitas estampas, a maioria impressas digitalmente. As da última coleção, desfilada no Rio Moda Rio, são inspiradas nas culturas orientais e foram aplicadas em blusas, saias e calças leves – algumas podem ser usadas por homens e mulheres.

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Celebridades chegam ao Rio para desfile da Louis Vuitton http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/05/28/celebridades-chegam-ao-rio-para-desfile-da-louis-vuitton/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2016/05/28/celebridades-chegam-ao-rio-para-desfile-da-louis-vuitton/#respond Sat, 28 May 2016 15:34:34 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=2053 MAC-Niterói é preparado para desfile de "cruise" 2017 da Louis Vuitton. Crédito: Reprodução/Instagram
MAC-Niterói é preparado para desfile de “cruise” 2017 da Louis Vuitton. Crédito: Reprodução/Instagram

O desfile de cruise 2017 da grife francesa Louis Vuitton, que acontece neste sábado (28), já movimenta o Rio de Janeiro. Além do vaivém de pessoas na montagem da passarela no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, local da apresentação, celebridades e editores de moda do mundo inteiro encheram os hotéis Copacabana Palace, Fasano e Caesar Park, na zona sul.

As atrizes francesas Catherine Deneuve (“Fome de Viver”) e Léa Seydoux (“Azul é a Cor Mais Quente”) e a sueca Alicia Vikander, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme “A Garota Dinamarquesa”, são algumas das convidadas da marca.

O ator Jaden Smith posa com fã no Rio. Crédito: Reprodução/Instagram
O ator Jaden Smith posa com fã no Rio. Crédito: Reprodução/Instagram

O filho do ator Will Smith, o também ator Jaden Smith, já posou para fotos ao lado de fãs nas ruas cariocas. Cerca de 500 convidados são esperados para a apresentação, marcada para as 16h deste sábado.

O desfile marca a reabertura do MAC-Niterói, após uma reforma que durou mais de um ano, e é o primeiro do gênero capitaneado por uma etiqueta internacional em território brasileiro.

A atriz suco Alicia Vikander na sacada do hotel Fasano, no Rio. Crédito: Reprodução/Instagram
A atriz sueca Alicia Vikander na sacada do hotel Fasano, no Rio. Crédito: Reprodução/Instagram

Obcecado por arquitetura e linhas geométricas, o estilista Nicolas Guesquière deve continuar nesta coleção o estudo de formas e volumes que empreendeu nas últimas criações para a marca. Desta vez, porém, o colorido tropical e as estampas devem permear a cartela de cores.

Especula-se que a marca patrocinará parte da manutenção do museu, com cifras estimadas em mais de R$ 1 milhão. Quatro exposições devem ser organizadas pela grife no prédio projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012).

Para o domingo (29), a Louis Vuitton prepara uma programação típica de turista para os fashionistas convidados. Aulas de stand-up paddle, passeios de helicóptero e um tour pelos pontos históricos do Rio são algumas das atividades reservadas.

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Rio 2016: biquíni à prova de cloro http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/27/rio-2016-biquini-a-prova-de-cloro/ http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/2015/07/27/rio-2016-biquini-a-prova-de-cloro/#respond Mon, 27 Jul 2015 19:53:38 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/14211294.jpeg http://pecaunica.blogfolha.uol.com.br/?p=1393 Três Olimpíadas, 110 recordes brasileiros, cinco Pan-Americanos, terceiro sargento do exército e com mais de mil medalhas conquistadas, a paulista Fabíola Molina, 40, tem no currículo uma nova vitória.

Ex-nadadora e estilista, ela foi escolhida pelo Comitê Organizador Rio 2016, braço do COI (Comitê Olímpico Internacional) no país, para representar a moda praia brasileira durante os Jogos Olímpicos.

Sua grife homônima venceu a concorrência armada pelo Programa de Licenciamento Rio 2016 e produzirá as peças do look de banho que os turistas poderão comprar na capital fluminense durante o evento.

Molina não tem formação acadêmica em moda e é pouco conhecida do “mundinho fashion”, mas parece saber como nenhum outro designer de moda o que faz um biquíni e um maiô perfeitos.

Na década de 1990, incomodada com “os maiôs sem graça, ou pretos, ou azuis ou vermelhos que usava para treinar”, pediu a uma costureira de sua cidade natal, São José dos Campos (a 87 km de São Paulo), que cozesse umas peças para consumo próprio.

A empresária e ex-nadadora da seleção brasileira, Fabíola Molina. Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress
A empresária e ex-nadadora da seleção brasileira, Fabíola Molina, em São José dos Campos (SP). Crédito: Lucas Lacaz Ruiz/28.set.2012/Folhapress

“Era um esquema bem ‘fundo de quintal’. Comecei a testar umas estampas, uma modelagem de alcinhas bem finas para não marcar os tecidos, bem limitados à época, e passei a treinar com as peças. As mulheres [colegas de natação] me viam na piscina e perguntavam onde eu havia comprado os maiôs. Quando pensei em largar a piscina, decidi abrir minha própria confecção com meu marido”, conta Molina.

Foi em 2004, com a ajuda do marido e também nadador Diego Yabe, 34, que Fabíola lançou seu nome no mercado. A seu favor estavam os anos de experiência na piscina — o que atraiu clientes profissionais do mundo todo — e um tecido anti-cloro da tecelagem brasileira Santaconstancia.

“A diferença entre o meu produto e o das grifes de moda praia é que os meus resistem mais tempo à química da piscina. A lycra [matéria-prima de boa parta das peças de praia à venda no varejo] dura poucas semanas se receber banho de cloro todos os dias”, explica a empresária.

Biquíni criado pela ex-nadadora Fabíola Molina para ser vendido na Olímpiada do Rio. Divulgação
Biquíni criado pela ex-nadadora Fabíola Molina para ser vendido na Olímpiada do Rio. Divulgação

Duas colegas, uma ex-nadadora e uma consumidora compulsiva, juram que os maiôs e os biquínis de Molina duram mais que a média do mercado.

“Quero unir funcionalidade com informação de moda. Das opções que tinha nos guias visuais [enviados às empresas licenciadas pela organização dos Jogos Olímpicos], usei a maioria. Criei apenas uma estampa gráfica com um degradê de cores para aplicar numa peça”, diz Molina, que “tira da cabeça a ideia das peças” para, depois, criá-las em programas de computador.

Body da marca Fabíola Molina, que será vendido durante os Jogos Olímpicos do próximo ano. Divulgação
Body da marca Fabíola Molina, que será vendido durante os Jogos Olímpicos do próximo ano. Divulgação

Mais de 60% da produção de sua marca é vendida numa loja virtual, e o restante, em multimarcas brasileiras e no único ponto próprio, em São José dos Campos. Os itens criados para os jogos custarão entre R$ 120 (maiô) e R$ 200 (biquíni), valores um pouco maiores que os R$ 135 cobrados pelo conjunto de sutiã e calcinha mais caro disponível no e-commerce da marca.

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